Pesquisas arqueológicas em Anajás, Marajó, Pará

Autores

  • Helena Lima Museu Paraense Emílio Goeldi, Pará, Belém, Brasil, helenalima@museu-goeldi.br
  • Erêndira Oliveira Museu Paraense Emílio Goeldi, Pará, Belém, Brasil, erendira.oliveira@gmail.com
  • Daiana Travassos Alves Universidade Federal do Pará, Pará, Belém, Brasil, daianatalves@ufpa.br
  • Mayara Cristina Pereira Mariano Museu Paraense Emílio Goeldi, Pará, Belém, Brasil, mayara.geomariano@gmail.com
  • Brenda Bandeira de Azevedo Universidade Federal do Pará, Belém, Pará, Brasil, brendabandeira20@gmail.com
  • Chayenne Furtado Museu Paraense Emílio Goeldi, Pará, Belém, Brasil, mapas.chay@gmail.com

DOI:

https://doi.org/10.5216/hawo.v5.80993

Palavras-chave:

Arqueologia Amazônica, Arqueologia Marajoara, Patrimônio Cultural, Sítios arqueológicos, Tecnologia LiDAR, Amazônia Marajoara

Resumo

Este artigo apresenta dados inéditos sobre sítios arqueológicos no rio Anajás, na região central do Marajó. Embora essa região tenha sido intensamente pesquisada em décadas anteriores, os novos sítios identificados resultam de demandas de moradores locais, que têm visto seu patrimônio arqueológico florescer a partir dos eventos de seca extrema na região. Apresentamos a caracterização desses novos sítios arqueológicos e o mapeamento feito com o uso de tecnologia LiDAR em dois deles, enfatizando o enorme potencial dessa região transicional entre os Marajós dos campos e das florestas. Trazemos uma reflexão sobre a importância das relações das pessoas com esses patrimônios, que inclusive levaram à presente pesquisa, e a sensibilidade dessas comunidades e sítios frente às mudanças climáticas. 

Biografia do Autor

Helena Lima, Museu Paraense Emílio Goeldi, Pará, Belém, Brasil, helenalima@museu-goeldi.br

Doutora em Arqueologia, pesquisadora do Museu Paraense Emílio Goeldi (Belém/Pará/Brasil) onde atua como coordenadora de Ciências Humanas, curadora da coleção arqueológica e professora do programa de pós-graduação em diversidade sociocultural. Desenvolve pesquisas em arqueologia amazônica, arqueologia colaborativa, cultura material e gestão do patrimônio cultural junto a povos e comunidades amazônicas.  

Erêndira Oliveira, Museu Paraense Emílio Goeldi, Pará, Belém, Brasil, erendira.oliveira@gmail.com

Arqueóloga, com mestrado e doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Arqueologia do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE/USP), graduada em Artes Visuais e atualmente pesquisadora pelo Programa de Capacitação Institucional (PCI) do Museu Paraense Emílio Goeldi, pós-doutoranda e professora colaboradora no Programa de Pós Graduação em Diversidade Sociocultural no mesmo instituto. Desenvolve pesquisas sobre a iconografia dos vestígios arqueológicos na Amazônia, desde um diálogo com a Etnologia e a Antropologia da Arte. Seus interesses de pesquisa estão relacionados às artes, tecnologias e ontologias ameríndias, relações entre sociedades humanas e biodiversidade, gestão e salvaguarda do patrimônio cultural material e imaterial.

Daiana Travassos Alves , Universidade Federal do Pará, Pará, Belém, Brasil, daianatalves@ufpa.br

Arqueóloga amazônida de origem ribeirinha,  professora Adjunta na Universidade Federal do Pará, vinculada à Faculdade de Ciências Sociais e ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia. Pesquisadora com ampla formação interdisciplinar, focada em arqueobotânica, tem vasta experiência em análises de cerâmica e vestígios de plantas de sítios arqueológicos amazônicos, por exemplo, em Santarém, Marajó e Llanos de Mojos Bolivianos. Sua pesquisa se concentra nos usos da terra pré-colombianos, práticas alimentares e mudanças sociais na Amazônia antiga, pela qual recebeu o prêmio de Impacto Social - Pesquisadores na Brazil Conference at Harvard and MIT 2025.

Mayara Cristina Pereira Mariano, Museu Paraense Emílio Goeldi, Pará, Belém, Brasil, mayara.geomariano@gmail.com

Mestre em Arqueologia pelo Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE/USP) (2021-2024) com estágio sanduíche na Universidade de Tübingen na Alemanha. Graduada em Geografia pela Universidade Federal do Pará (UFPA) (2017). Bolsista de pesquisa do Museu Paraense Emílio Goeldi, colabora no Laboratório da Cidade (LabCidade) em Belém e no Laboratório de Microarqueologia (LabMicro/USP). Interesse nos seguintes temas: Arqueologia pré-colonial, Arqueologia Amazônica, Geoarqueologia, Micromorfologia de solos e Microarqueologia.

Brenda Bandeira de Azevedo , Universidade Federal do Pará, Belém, Pará, Brasil, brendabandeira20@gmail.com

Arqueóloga, graduada, mestre e doutoranda pela Universidade Federal do Pará, nas áreas de pesquisa de Arqueologia e Antropologia. Desenvolve pesquisas no campo da arqueologia pré-colonial, arqueometria e colaborativa, nas áreas da Terra Indígena do Xingu junto ao povo Kuikuro e na região estuarina do estado do Pará investigando ocupações de sítios sambaquis além de ser colaboradora em projetos no Leste Amazônico. Experiência em pesquisa arqueológica e em curadoria e gestão de acervos em reservas técnicas.

Chayenne Furtado, Museu Paraense Emílio Goeldi, Pará, Belém, Brasil, mapas.chay@gmail.com

Chayenne Furtado é marajoara, migrante, bacharela em Geografia pela Universidade Federal Fluminense, mestre em Diversidade Sociocultural pelo Museu Paraense Emílio Goeldi, analista de Sistemas de Informação Geográfica. Discute a presença indígena nos Marajós e outros temas a partir de sua experiência com os campos da Cartografia, Demografia, Antropologia e Arqueologia. Atua também no campo das Artes, como performista.

 

Referências

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OUTRAS FONTES:

População encontra artefatos arqueológicos indígenas no arquipélago de Marajó”, publicado no site de notícias Brasil de Fato em 14/01/2014.

PARÁ – Em Anajás, quatro sítios arqueológicos com cerâmica são descobertos. Vídeo, 18/01/2024.

Disponível em: https://ver-o-fato.com.br/para-em-anajas-quatro-sitios-arqueologicos-com-ceramica-sao-descobertos-video/

Museu Goeldi e IPHAN catalogam quatro sítios arqueológicos no município de Anajás, publicado em 15/01/2024 no Portal de notícias do Governo Federal sobre o Museu Goeldi.

Seca do rio revela artefatos arqueológicos indígenas no Marajó, publicado em 15/01/2024 no portal online do Jornal O Liberal. Disponível em: https://www.oliberal.com/para/seca-do-rio-revela-artefatos-arqueologicos-indigenas-no-marajo-1.767516.

Após seca, pesquisadores encontram quatro sítios arqueológicos com cerâmicas indígenas no Marajó, no Pará, publicado em 15/01/2024 no portal de notícias g1 Pará. Disponível em: https://g1.globo.com/pa/para/noticia/2024/01/15/pesquisadores-encontram-quatro-sitios-arqueologicos-com-ceramicas-indigenas-no-marajo-no-para.ghtml.

MCT podcast publicado no spotify, 16/01/2024 https://open.spotify.com/episode/4QBXFfY9FFL7qT5xROW4ML?si=j-gvsOMATu6-SpONJmM-TA

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Publicado

2025-10-22

Como Citar

LIMA, Helena; OLIVEIRA, Erêndira; ALVES , Daiana Travassos; MARIANO, Mayara Cristina Pereira; AZEVEDO , Brenda Bandeira de; FURTADO, Chayenne. Pesquisas arqueológicas em Anajás, Marajó, Pará. Hawò, Goiânia, v. 5, 2025. DOI: 10.5216/hawo.v5.80993. Disponível em: https://revistas.ufg.br/hawo/article/view/80993. Acesso em: 5 dez. 2025.

Edição

Seção

Dossiê Arqueologias Marajoara

Categorias