"Dimorfismo sexual cerebral"
as teorias da diferenciação sexual do cérebro em periódicos de neurociência entre as décadas de 1990 e 2010
DOI:
https://doi.org/10.5216/hawo.v3.74973Palavras-chave:
Diferença sexual cerebral. Estereótipos de gênero. Neurociência. Crítica feminista à ciência. Gênero.Resumo
O objetivo deste trabalho é analisar a relação entre as teorias neurocientíficas da estrutura cerebral de homens e mulheres e a influência que os autores identificam entre o tamanho cerebral e as habilidades e inteligências com os estereótipos de gênero presentes na nossa sociedade a partir de periódicos de língua inglesa, publicados entre as décadas de 1990 e 2010. O referencial teórico em que o presente estudo está embasado se configura na crítica feminista à ciência, principalmente nos conceitos de objetividade científica e gênero (HARAWAY, 2009, 2004; SCOTT, 1990). A metodologia adotada segue as reflexões acerca da construção de artigos e fatos científicos (LATOUR; WOOLGAR, 1997). Dentre as conclusões, se aponta o papel das teorias neurocientíficas de diferenciação sexual do trabalho na intensificação dos estereótipos de gênero e das desigualdades entre homens e mulheres.
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