Histórico
A revista Hawò, que na línguaIny-Karajá significa canoa foi lançada em 22 de junho de 2020, como parte das comemorações dos 50 anos do Museu Antropológico (MA/UFG), tem fomentar diálogos antropológicos, arqueológicos e de áreas afins de maneira interdisciplinar visando a inclusão cultural e social de forma geral. A ideia de criação de uma revista digital veio atender ao novo contexto informacional gerido pelos novos recursos tecnológicos de gestão, de disseminação, de comunicação, de acesso às informações científicas com acesso online e aberto. A revista objetiva divulgar os resultados de estudos e pesquisas científicas inéditas, realizadas por pesquisadores contribuindo assim, para a geração, preservação e difusão de novos conhecimentos nas áreas da Antropologia, Arqueologia, Linguística, Antropologia Física e Antropologia Social-Cultural, áreas afins como Museologia, Arte e Cultura Popular, Patrimônio Cultural, Educação e Etno-História, em seu caráter interdisciplinar. Dois movimentos justificam o nome Hawò: o primeiro se refere à própria história institucional do Museu Antropológico. Fundado em junho de 1969, o museu teve como seu primeiro diretor Acary de Passos Oliveira que trabalhou na Expedição Roncador Xingu em 1943 e foi responsável pela feitura da pista de avião na aldeia Santa Isabel do Morro, na ilha do Bananal, hoje estado do Tocantins, para receber a comitiva do presidente Getúlio Vargas. A partir daí, o sertanista Acary passa a ter forte e longa história de relacionamento com os Karajá, responsáveis pela fabricação de grande parte do acervo etnográfico do Museu Antropológico da UFG. Entre esses artefatos se destaca uma canoa, feita de uma madeira de uma peça única de autoria de Wataú Karajá, liderança de prestígio entre o grupo, adquirida em 28/04/1970. A canoa hoje se encontra numa posição de destaque na exposição Lavras e Louvores ora em curso. O segundo movimento diz respeito ao teor epistemológico da canoa enquanto materialidade que expressa o saber fazer de um sujeito cultural representante de uma etnia que tem forte ligação com a construção da região Centro-Oeste e da nação brasileira. Dessa maneira, a canoa Karajá se configura um símbolo da própria história institucional do Museu e reflete as discussões teóricas contemporâneas sobre o lugar da cultura material na Antropologia e áreas correlatas. Pretende-se que a revista Hawò seja reconhecida como um periódico científico de qualidade tornando-se referência na publicação de artigos originais que contribuam para o avanço da ciência em suas áreas de abrangência.