O acervo arqueológico no Museu da Amazônia (MUSA):
formação, organização, documentação e informatização
Palabras clave:
Arqueologia, .Coleções arqueológicas, Instituição de guarda, DocumentaçãoResumen
O Museu da Amazônia (MUSA), em Manaus, é uma instituição que se propõe a contar a história da Amazônia a partir da perspectiva de diferentes áreas do conhecimento, dentro da própria floresta. Desde sua fundação, além dos seres que abriga em suas dependências, o museu também acumulou um acervo de objetos variados, sendo que o interesse na pesquisa arqueológica permitiu o cadastramento do museu enquanto instituição de guarda e pesquisa para o endosso de pesquisas arqueológicas. Desenrolando então as ações necessárias para a preservação e divulgação desse acervo, a instituição avançou com um projeto para sua organização. Neste artigo, apresentamos as coleções arqueológicas e discutimos a importância social que os diferentes modos de aquisição e tratamento revelam sobre esses objetos. Apresentamos nosso debate em torno da catalogação e de algumas das escolhas que fizemos para permitir que as informações relevantes possam ser acessadas por todas as pessoas interessadas, cumprindo então o papel do museu na divulgação do patrimônio cultural.
Citas
ALMEIDA, Alfredo W. B. de. Museus indígenas e quilombolas: os novos significados do conceito de processo de patrimonialização Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, n. 37, p. 39-57, 2018.
BARRETO, Cristiana; MACHADO, Juliana S. Exploring the Amazon,explaining the unknown: views from the past. In: MCEWAN, C.; BARRETO, C.; NEVES, E. G. (ed.). Unknown Amazon: studies in visual and material culture. London: The British Museum Press, 2001. p. 232-251.
BARROS, Elen C. de C. Diagnóstico da destruição: os efeitos da expansão urbana sobre os sítios arqueológicos de Manaus/AM, 2016. Dissertação (Mestrado Profissional) – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Rio de Janeiro, 2016.
BEZERRA, Marcia. Os sentidos contemporâneos das coisas do passado: reflexões a partir da Amazônia. Revista Arqueologia Pública, Campinas, v. 7, n. 1, p. 107-122, 2013.
BEZERRA, Marcia. Com os cacos no bolso: o colecionamento de artefatos arqueológicos na Amazônia brasileira. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, n. 38, p. 85-99, 2018.
O Acervo Arqueológico no Museu da Amazônia (MUSA): história de formação, organização e documentação Meliam Viganó Gaspar • Maria Luiza Clapis Pacheco Chaves, et al... BEZERRA, Marcia; NAJJAR, Rosana. “Semióforos da riqueza”: um
ensaio sobre o tráfico de objetos arqueológicos. Revista Habitus,
Goiânia, v. 7, n. 1/2, p. 289-307, 2009.
BRUNO, Cristina. Musealização da Arqueologia: caminhos percorridos.
Revista de Arqueologia, v. 26, n. 2 / v. 27, n. 1, p. 4-15, 2014.
CABRAL, Mariana P.; PEREIRA, Daiane; BEZERRA, Marcia. Patrimônio
Arqueológico da Amazônia: a pesquisa, a gestão e as pessoas.
Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, n. 38, p.
-268, 2018.
CALDARELLI, Solange B.; CÂNDIDO, Manuelina M. D. Desafios da
Arqueologia Preventiva: como gerir e socializar o imenso volume
de materiais e documentos por ela produzidos? Revista Arqueologia
Pública, Campinas, SP, v. 11, n. 2[19], p. 186–214, 2017.
DOI: 10.20396/rap.v11i2.86495522017.
CHMYZ, Igor. Terminologia arqueológica brasileira para a cerâmica.
Cadernos de Arqueologia, Paranaguá: Museu de Arqueologia
e Artes Populares, n.1, p. 119-148, 1976.
CIDOC; ICOM. Declaração dos princípios de documentação em
museus e Diretrizes internacionais de informação sobre objetos:
categorias de informação do CIDOC/Comitê Internacional
de Documentação (CIDOC). Conselho Internacional de Museus
(ICOM): Tradução, Roteiro, Editoração e Documentação; Revisão
técnica Marilúcia Bottallo. São Paulo: Secretaria de Estado de
Cultura de São Paulo; Associação de Amigos do Museu do Café;
Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2014.
COLARDELLE, Michel. La vocation démocratique d’un musée. Diversité, n. 148, p. 61-68, 2007.
COSTA, Carlos A. S.; COMERLATO, Fabiana. Você me daria um “cheque em branco”? Um olhar sobre o endosso institucional em projetos de Arqueologia. Revista de Arqueologia, v. 26, n. 2/ v. 27, n. 1, p. 115-131, 2014.
COSTA, Fernando W.; LIMA, Helena P.; FARIAS, Sarah Paiva de; COSTA, Bernardo Lacale. Levantamento Arqueológico no Município de Manaus/AM. Relatório técnico do Programa Brasil Patrimônio Cultural. MinC/IPHAN/ la Superintendência Regional Manaus/Am. 2006.
DAVALLON, Jean; GRANDMONT, Gérald; SCHIELE, Bernard (ed.). L’environnement entre aumusée. Lyon/Québec: Presses Universitaires
de Lyon/ Musée de La Civilisation de Québec, 1992.
DELOCHE, Bernard. La nouvelle culture: La mutation des pratiques sociales ordinaires et l’avenir dês institutions culturelles. Paris: l’Harmattan, 2007.
MUSEU DA AMAZÔNIA (MUSA). Estatuto Social do MUSA. Manaus,
FERREZ, Helena D. Tesauro de objetos do patrimônio cultural nos museus brasileiros. Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Cultura, 2016.
GOMES, Jaqueline; COSTA, Rafael B.; SANTOS, Bernardo L. S. da Costa. Arqueologia comunitária na Reserva Amanã: história, alteridade e patrimônio arqueológico. Amazônica – Revista de Antropologia, Belém, n. 2, v. 6, p. 385-417, 2014.
HARPING, Patrícia. Introdução aos vocabulários controlados: terminologia para a arte, arquitetura e outras obras culturais. São Paulo: Secretaria da Cultura do Estado: Pinacoteca de São Paulo: ACAM Portinari, 2016.
ICOM. Mesa-Redonda de Santiago do Chile. Santiago, 1972. INSTITUTO PORTUGUÊS DE MUSEUS. Normas de inventário Arqueologia. 2000. Disponível em: http://matriznet.dgpc.pt/MatrizNet/ Download/Normas/ARQ_NormasGerais.pdf. Acesso em: abril de 2021.
LIMA, Helena P. Patrimônio para quem? Por uma arqueologia sensível. Habitus, Goiânia, v. 17, n. 1, p. 25-38, 2019.
LIMA, Helena P.; MORAES, Bruno M.; PARENTE, Maria Tereza V. “Tráfico” de material arqueológico, turismo e comunidades ribeirinhas: experiências de uma arqueologia participativa em Parintins,Amazonas. Revista de Arqueologia Pública, Campinas, n. 8,p. 61-77, 2013.
LOUREIRO, José Mauro Matheus. Entre “natureza morta” e cultura viva: os museus de história natural. Revista da SBHC, Rio de Janeiro, v. 5, n. 2, p. 159-172, 2007.
MACHADO, Juliana S. Arqueologia e História nas construções de continuidade na Amazônia. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Ciências Humanas, Belém, v. 4, n. 1, p. 57-70, 2009.
MEIRELLES FILHO, João; MARTINS, Fernanda de O. A Amazônia viajante “até dizer chega”: a contribuição dos viajantes ao porvir amazônico - do século 16 ao fim do ciclo da borracha. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, n. 37, p. 73-97, 2018.
WICHERS, Camila A. Dois enquadramentos, um mesmo problema: os desafios da relação entre museus, sociedade e patrimônio arqueológico. Revista de Arqueologia, v. 26/27, n. 2/1, p. 16-39, 2014.
MOTTA, Dilza F. da; OLIVEIRA; Leandra de. Tesauro da cultura material dos índios. Rio de Janeiro: Museu do Índio, 2006.
MUSÉUM D’HISTOIRE NATURELLE. Du Muséum au Musée dês Confluences. Lyon: EMCC, 2005.
NEVES, Eduardo. Archaeological cultures and past identities in the Pre-colonial Central Amazon. In: HORNBORG, A.; HILL, J. (eds.).Ethnicity in ancient Amazonia: reconstructing past identities from archaeology, linguistics, and ethnohistory. Boulder, CO: University Press of Colorado, 2011. p. 31-56.
NOELLI, Francisco S.; FERREIRA, Lucio M. A persistência da teoria
da degeneração indígena e do colonialismo nos fundamentos da arqueologia brasileira. História, Ciências, Saúde, Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 14, n. 4, p. 1239-1264, set./dez. 2007.
PARENTI, Fabio. Pré-Biblio: Bibliografia Georeferenziata Della Preistoria e Della Protostoria Italiana: Struttura del progetto erpimiis rultati. Archeologia e Calcolatori, v. 18, p. 1-18, 2007.
PEREIRA, Daiane. Perspectivas da curadoria arqueológica: o caso do Laboratório de Arqueologia Peter Hilbert. Monografia (Especialização em Patrimônio Arqueológico da Amazônia) – Universidade Estadual do Amapá, 2012.
RIBEIRO, Berta. Dicionário do artesanato indígena. Belo Horizonte:
Itatiaia, 1988.
RIVIÈRE. Georges Henri; Associationdes Amis de Georges Henri Rivière. La muséologieselon Georges Henri Rivière. Dunod: Paris, 1989. RUSSEL, Roslyn; WINKWORTH, Kylie. Significance 2.0: a guide to assessing the significance of collections. 2 ed. Canberra: Collections Council of Australia Ltd, Australian Government through funding from the Department of the Environment, Water, Heritageandthe Arts, 2003.
SALLÉS, Jaime M.; TOCCHETTO, Fernanda B.; DODE, Susana dos S.; SOUZA, Taciane S.; SILVA, Fabio B.; DUTRA, Márcia R. R.; MEDEIROS, Eneri J. B.; ALVES, Clarice da S.; DOMINGUES, Bibiana S. Protocolo de ingresso de acervos arqueológicos em instituições de guarda e pesquisa: uma proposta do LÂMINA/UFPEL e do Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo – RS. Revista de Arqueologia
Pública, Campinas, v. 11, n. 2, p. 6-24, 2017.
SANTOS, Maria Célia T. M. Reflexões sobre a nova museologia. Revista do Museu de Antropologia, Goiânia, v. 5/6, n. 1, p. 250- 291, 2001/2002.
SILVA, Letícia Dutra Romualdo; SILVA, Martha Maria de Castro. Acervos arqueológicos pré- históricos. O inventário como ferramentaessencial de política de gestão. In.: Campos, G.N. e Granato, M. (Ogs.) Anais do IV Seminário de Preservação de PatrimônioArqueológico. Rio de Janeiro: Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), 2016. p. 389-400.
TAMANAHA, Eduardo K.; AMARAL, Márcio; CASSINO, Mariana F.; CUNHA LIMA, Silvia; NEVES, Eduardo G.; FURQUIM, Laura P.; LIMA, Márjorie; SILVA, Maurício A.; GOMES, Jaqueline; CARNEIRO, Carla G. Diálogos e Práticas Arqueológicas. In: NASCIMENTO, A. C. S.; MARTINS, M. I. F. P. O.; GOMES, M. C. R. L.; FERREIRA-FERREIRA, J.; FRANCO, C. L. B.; SOUZA, M. J. S. (org.). Sociobiodiversidade da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. 1ed. Tefé: IDSM, v. 1, 2019. p. 152-168.
TRIGGER, Bruce. História do Pensamento Arqueológico. São Paulo: Odysseus, 2004.
VELTHEM, Lucia H. O objeto etnográfico é irredutível? Pistas sobre novos sentidos e análises. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Ciências Humanas, Belém, v. 7, n. 1, p. 51-66, 2012. Doi: 10.1590/ S1981-81222012000100005
WEBSTER, G. S. Culture history: a culture-historical approach. In:BENTLEY, R. A.; MASCHNER, H. D. G.; CHIPPINDALE, C. (Eds.) Handbook of Archaeological theories.Lanham: AltaMira Press,2008. p. 11-27.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2021 Meliam Viganó Gaspar, Maria Luiza Clapis Pacheco Chaves, Lucy Gomes de Souza, Iberê Fernando Martins, Filippo Stampanoni Bassi
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Os(as) autor(es/as) que publicam na Revista Hawò são os responsáveis pelo conteúdo dos artigos assinados e detém os direitos autorais. Concedem à revista, o direito de primeira publicação com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição-Não Comercial (Open Archives Iniciative - OAI). Esse recurso, utilizado para periódicos de acesso aberto, permite o compartilhamento do trabalho para fins não comerciais com reconhecimento da autoria. Caso o texto venha a ser publicado posteriormente em outro veículo, o autor deverá informar que o mesmo foi originalmente publicado como artigo na revista Hawò. Assim sendo, ainda que a revista seja detentora da primeira publicação, é reservado aos autores o direito de publicar seus trabalhos em repositórios institucionais ou em suas páginas pessoais, mesmo que o processo editorial não tenha sido finalizado.
É reservado à revista, o direito de realizar alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical visando manter o padrão de língua, respeitando-se, porém, o estilo dos autores.