"Dimorfismo sexual cerebral"

as teorias da diferenciação sexual do cérebro em periódicos de neurociência entre as décadas de 1990 e 2010

Autores

  • Yanca de Jesus Alvim Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, Goiás, Brasil. yanka_alvim@hotmail.com

DOI:

https://doi.org/10.5216/hawo.v3.74973

Palavras-chave:

Diferença sexual cerebral. Estereótipos de gênero. Neurociência. Crítica feminista à ciência. Gênero.

Resumo

O objetivo deste trabalho é analisar a relação entre as teorias neurocientíficas da estrutura cerebral de homens e mulheres e a influência que os autores identificam entre o tamanho cerebral e as habilidades e inteligências com os estereótipos de gênero presentes na nossa sociedade a partir de periódicos de língua inglesa, publicados entre as décadas de 1990 e 2010. O referencial teórico em que o presente estudo está embasado se configura na crítica feminista à ciência, principalmente nos conceitos de objetividade científica e gênero (HARAWAY, 2009, 2004; SCOTT, 1990). A metodologia adotada segue as reflexões acerca da construção de artigos e fatos científicos (LATOUR; WOOLGAR, 1997). Dentre as conclusões, se aponta o papel das teorias neurocientíficas de diferenciação sexual do trabalho na intensificação dos estereótipos de gênero e das desigualdades entre homens e mulheres.

Referências

AZIZE, Rogério. A Nova Ordem Cerebral: a concepção de ‘pessoa’ na difusão neurocientífica. 2010. 281 f. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010.

CARVALHO, Marcos. Metamorfoses do humano: experimentações etnográficas em um laboratório de neurociência. 2010. 153 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Humanas e Saúde; Epidemiologia; Política, Planejamento e Administração em Saúde; Administra) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010.

DUMIT, Joseph. Picturing Personhood: brain scans and biomedical identity. United Kingdom: Princeton University Press, 2004.

FAUSTO-STERLING, Anne. Myths Of Gender: biological theories about women and men. New York: Basic Books, 1992, 2nd ed.

HARAWAY, Donna. “Gênero” para um dicionário marxista: a política sexual de uma palavra. Cadernos Pagu, n. 22, p. 201-246, 2004.

HARAWAY, D. Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu, Campinas, SP, n. 5, p. 7–41, 2009. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/1773. Acesso em: 29 nov. 2021.

HARVARD. Epigenética: entenda como o corpo pode ativar e desativar genes, 2022. Disponível em: https://summitsaude.estadao.com.br/novos-medicos/epigenetica-entenda-como-o-corpo-pode-ativar-e-desativar-genes/. Acesso em: 26 de jul. de 2022.

LAQUEUR, Thomas. Inventando o sexo: corpo e gênero dos gregos a Freud. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001.

LATOUR, Bruno; WOOLGAR, Steve. A vida de laboratório: a produção dos fatos científicos. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1997.

MARTIN, E. The Egg and the Sperm: How Science Has Constructed a Romance Based on Stereotypical Male-Female Roles. Signs: Journal of Women in Culture and Society. 1991, v. 16, n. 3, pp. 485–501. Tradução por Fernando Manso. Disponível em: http://www.necso.ufrj.br/Trads/O%20ovo%20e%20o%20esperma.html. Acesso em: 10 out. 2021.

O QUE é epigenética. Developing Child. Disponível em: https://developingchild.harvard.edu/translation/o-que-e-epigenetica/. Acesso em: 26 de jul. de 2022.

ROHDEN, F. Uma ciência da diferença: sexo e gênero na medicina da mulher [online]. 2nd ed. rev. and enl. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2001.

ROHDEN, Fabíola. O que se vê no cérebro: a pequena diferença entre os sexos ou a grande diferença entre os gêneros? In: MALUF, S.; TORNQUIST, C. (Orgs.). Gênero, saúde e aflição: abordagens antropológicas. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2010, p. 402-439.

SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade, v. 15, n. 2, jul./dez., 1990.

Downloads

Publicado

2023-07-17

Como Citar

DE JESUS ALVIM, Y. "Dimorfismo sexual cerebral": as teorias da diferenciação sexual do cérebro em periódicos de neurociência entre as décadas de 1990 e 2010. Hawò, Goiânia, v. 3, p. 1–34, 2023. DOI: 10.5216/hawo.v3.74973. Disponível em: https://revistas.ufg.br/hawo/article/view/74973. Acesso em: 5 maio. 2024.