A cobertura do movimento #Elenão na mídia mainstream e alternativa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5216/ci.v26.74472

Palavras-chave:

Comunicação Midiática, Mídia mainstream, Mídia alternativa, #Elenão

Resumo

A presente pesquisa teve por objetivo analisar a cobertura jornalística de alguns veículos da mídia tradicional e alternativa sobre o movimento #EleNão, uma manifestação liderada por mulheres contra a candidatura do então deputado federal Jair Bolsonaro à presidência da República do Brasil, 29 de setembro de 2018. A manifestação organizada nas redes sociais, sobretudo no facebook, na página Mulheres Unidas Contra Bolsonaro, ocorreu nas capitais brasileiras e em vários outros países, contando com a adesão de vários segmentos da sociedade. As fontes dessa pesquisa foram matérias de vários veículos jornalísticos - Correio (da Bahia), Estado do Maranhão, Diário de Pernambuco, Folha de S. Paulo, O Globo, Agora São Paulo, Brasil de Fato, Jornalistas Livres, Mídia Ninja e Diálogos do Sul. Foram organizadas numa base de dados no Excel, permitindo assim, uma análise quantitativa por meio da Análise de Conteúdo (BARDIN, 1977) e qualitativa das variáveis a partir de uma abordagem da Análise Crítica do Discurso (VAN DIJK, 2000; 2017a; 2017b). As categorias de análise nos permitiram perceber os gêneros jornalísticos predominantes, os tipos de fontes utilizadas, o enfoque, a evolução da cobertura e outros aspectos importantes para entendermos o tipo de narrativa construída na divulgação desse movimento. Percebeu-se que o engajamento se deu em ambas as mídias (tradicionais e alternativas) através dos artigos e opinião, em contrapartida, as notícias, foram maioria entre os dados, mas pouco favoreciam a adesão ao movimento ou exposição do mesmo como um marco de resistência para o país. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Michelly Santos de Carvalho, Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Imperatriz, Maranhão, Brasil, michelly.carvalho@ufma.br

Michelly Santos de Carvalho - Jornalista, Socióloga, Licenciada em Letras/Português, Doutora em Ciências da Comunicação pela Universidade do Minho (Portugal), Professora e Coordenadora do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Maranhão (Imperatriz – MA), Coordenadora do Núcleo Interdisciplinar de Estudo, Pesquisa e Extensão em Comunicação, Gênero e Feminismos – Maria Firmina dos Reis, Membro da Coordenação Colegiada da Rede Brasileira de Jornalistas e Comunicadoras com Visão de Gênero e Raça (RIPVG – Brasil). Atualmente tem pesquisado sobre comunicação, gênero, raça, decolonialidade e feminismos.

Gracineide Pereira , Universidade do Minho (UMinho), Braga, Braga, Portugal, gracineidepereira@yahoo.com.br

Doutora em HISTÓRIA pela Universidade do Minho. Graduada em HISTÓRIA (2009), Licenciatura e Bacharelado. Bacharel em Comunicação Social - JORNALISMO(2019) pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte e mestrado em DEMOGRAFIA (2013) pela mesma instituição. Atualmente faz parte do Núcleo Interdisciplinar de Estudo, Pesquisa e Extensão em Comunicação, Gênero e Feminismos - Maria Firmina dos Reis onde é pesquisadora no Projeto "DA REDE À RUA: PERCEPÇÕES SOBRE O FEMINISMO NA MÍDIA A PARTIR DO MOVIMENTO #ELENÃO", financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão.

Carla Cerqueira, Universidade Lusófona (ULusófona), Porto, Porto, Portugal, carlaprec3@gmail.com

Professora Auxiliar da Universidade Lusófona e investigadora do CICANT – Centro de Investigação em Comunicação Aplicada, Cultura e Novas Tecnologias.  Graduada em Comunicação Social pela Universidade do Minho - UMINHO. Mestre em Ciências da Comunicação - Informação e Jornalismo pela Universidade do Minho - UMINHO. Doutora em Ciências da Comunicação - Psicologia da Comunicação pela Universidade do Minho - UMINHO. 

Graciela Natansohn, Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, Bahia, Brasil, graciela71@gmail.com

Professora Associada da Faculdade de Comunicação e docente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da Universidade Federal da Bahia. Coordena o grupo de Pesquisa em Gênero, Tecnologias Digitais e Cultura (GIG@/UFBA) Graduada em Jornalismo (Universidad Nacional de La Plata, Argentina,1984) fez mestrado (1998) e doutorado (2003) em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela Universidade Federal da Bahia. Pós-doutorados em Universidad Nacional de Buenos Aires/UBA (Argentina, 2012-2013) sob supervisão da Dra. Diana Maffia, e na Universidad Nacional Autónoma de México/UNAM (México, 2019-2020), sob supervisão da Dra. Aimée Vega Montiel. É membra da Rede Latino-americana de Estudos sobre Vigilância, Tecnologia e Sociedade (LAVITS) e da Rede de Investigadores en Apropiación de Tecnologías Digitales (RIAT).

Referências

ATKINSON, J. Alternative media and politics of resistance: A communication

perspective. New York: Peter Lang, 2010.

ATTON, C. Alternative media. Thousand Oaks, CA: Sage, 2022.

BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.

BORGADO, M. Rua. In: HOLLANDA, H. Explosão feminista: arte, cultura, política e universidade. São Paulo: Companhia da Letras, 2018.

BONALUME, C. R.; ISAYAMA, H. F. As mulheres na pesquisa o lazer do brasileiro. Revista Brasileira De Estudos Do Lazer, vol. 5, n. 1, p. 3-24, 2018. Disponível em https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbel/article/view/593. Acesso em 10 fev. 2023.

BOURDIEU, P. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989.

BURKE, P. A Escola dos Analles (1929-1989): a revolução francesa da historiografia. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1997.

CAL, D. et al. Gênero e Democracia: práticas políticas e comunicativas de mulheres amazônidas no protesto #EleNão. Revista Compolítica, vol. 10, n. 2, p. 7- 42, 2020. Disponível em: http://compolitica.org/revista/index.php/revista/article/view/365. Acesso em 10 jan. 2022.

CERQUEIRA, C. Quando elas (não) são notícia: mudanças, persistências e reconfigurações na cobertura jornalística sobre o Dia Internacional da Mulher em Portugal (1975-2007). (Tese de Doutorado). Braga: Universidade do Minho, 2012.

CERQUEIRA, C. et al. (2014). De outro género: propostas para a promoção de um jornalismo mais inclusivo. Braga: LASICS/CECS, 2014.

FAIRCLOUGH, N.L.; WODAK, R. Critical discourse analysis. In: VAN DIJK. T.A. Discurso e Poder. São Paulo: Contexto, 2017.

FONSECA, N. 2017. Ciberespaço de protagonismo feminino: discurso e inteligência coletiva. Revista Temática, Ano XIII, n. 08, p. 180-195, 2017. Disponível em https://periodicos.ufpb.br/index.php/tematica/article/view/35744. Acesso em 07 jun. 2022.

G1. Protestos contra Bolsonaro ocorrem em 26 estados e DF; atos a favor, em 16. Disponível em https://g1.globo.com/politica/noticia/2018/09/29/manifestantes-fazem-atos-a-tarde-contra-e-favor-de-bolsonaro.ghtml. Acesso em 01 out. 2022.

HOLLANDA, H. Explosão feminista: arte, cultura, política e universidade. São Paulo: Companhia da Letras, 2018.

MACEDO, T.; JESUS, L. R. V. A Rede Epistêmica Virtual da Amazônia: o papel da cibercultura na ampliação dos meios de produção epistêmica. Revista Comunicação & Informação, v. 22, p. 1-20, 2019. Disponível em: https://revistas.ufg.br/ci/article/view/43462/33386. Acesso em 01 out. 2022

MATOS, M. Movimento e teoria feminista: É possível reconstruir a teoria feminista partir do Sul global? Revista de Sociologia e Política. n 36, v. 18, p. 67-92, 2010.

MATOS, M. O Campo Científico-critico-emancipatório das Diferenças como Experiência de Descolonização Acadêmica. In: BIROLI, F.; MIGUEL, L. F. (Org.). Teoria Política e Feminismo. Vinhedo Belo Horizonte, 2012, v. 01, p. 47-101, 2012.

MATOS, M. Teorias de gênero e teorias e gênero? Se e como os estudos de gênero e feministas se transformaram em um campo novo para as ciências. Revista Estudos Feministas (Florianópolis), v. 16, n. 2, maio/ago., p. 333-357, 2008.

MENDES, K. Feminism rules! Now, where’s my swimsuit? Re-evaluating feminist discourse in print media 1968–2008. Media, Culture & Society. 34(5), 2012, p. 554–570.

__________. Framing Feminism: News Coverage of the Women’s Movement in British and American Newspapers, 1968–1982. Social Movement Studies, Vol. 10, No. 1, 81–98, January 2011a, p. 81-98.

__________. Reporting The Women's Movement. Feminist Media Studies, 11:4, 2011b, p. 483-498.

__________. Slutwalk, feminism and news. In: SILVA, K.; MENDES, K. Feminist erasures. Challenging Backlash Culture. Londres: Palgrave Macmillan, 2015, p. 219-234.

NATANSOHN, G.; REIS, J. Com quantas hashtags se constrói um movimento? O que nos diz a “Primavera Feminista” brasileira. Tríade - Revista de Comunicação, Cultura e Mídia, v. 5 n. 10, p. 114-130, 2017. Disponível em http://periodicos.uniso.br/ojs/index.php/triade/article/view/3096. Acesso em 10 jun. 2022.

__________________. Digitalizando o cuidado: mulheres e novas codificações para a ética hacker. Cardenos Pagu, n. 59, 2020. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8664486. Acesso em Acesso em 10 jun. 2022.

SARMENTO, R. O feminismo no jornalismo. In: 41º Encontro Anual da ANPOCS. 2017, Caxambu – Minas Gerais. Anais 41º Encontro Anual da ANPOCS. Caxambu: ANPOCS, p. 1-31. Disponível em: https://anpocs.com/index.php/encontros/papers/41-encontro-anual-da-anpocs/gt-30/gt17-21/10761-o-feminismo-no-jornalismo/file. Acesso em 10 fev. 2023.

SCHMITZ, A. A. Fontes de notícias: ações e estratégicas das fontes no jornalismo / Aldo Antonio Schmitz. - Florianópolis: Combook, 2011.

SCHWENGBER, M. S. V.; Pinheiro, N. L. G. M. Movimento #EleNão: reconhecimento e afirmação do ato de fala das mulheres na política. Revista Educação, Santa Maria, v. 45, 2020. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/36458. Acesso em Acesso em 15 out. 2022.

SERVAES, J. Communication for Development. One World, Multiple Cultures. Cresskill, New Jersey: Hampton Press, 1999.

SILVA, J. O movimento “#elenão” e seu apagamento discursivo sob a contranarrativa do “#elesim”. Revista do GELNE, v. 23, n. 1, p. 17-28, 2021. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/gelne/article/download/21275/13734/77423. Acesso em 10 out. 2022.

SILVA, L. F. da; MORENO, J. C. de A.; Veraldo, K. C. Relações como trabalho. In: STOPPA, E. A. & ISAYAMA, H. F. (Org.). Lazer no Brasil: representações e concretizações das vivências cotidianas. Campinas, São Paulo: Autores Associados, 2017.

VAN DIJK, T. A. Discurso, notícia e ideologia. Estudos na análise crítica do discurso. Braga: CECS - Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, 2017a.

_____________. Discurso e Poder. São Paulo: Contexto, 2017b.

_____________. El estudio del discurso. In: VAN DIJK, T. El discurso como estructura y proceso. Barcelona: Gedisa, 2000.

Downloads

Publicado

2023-04-25

Como Citar

CARVALHO, M. S. de; PEREIRA , G.; CERQUEIRA, C.; NATANSOHN, G. A cobertura do movimento #Elenão na mídia mainstream e alternativa. Comunicação & Informação, Goiânia, Goiás, v. 26, p. 59–88, 2023. DOI: 10.5216/ci.v26.74472. Disponível em: https://revistas.ufg.br/ci/article/view/74472. Acesso em: 28 mar. 2024.