Voltando a página do tempo: drama e folhetim nos portais do jornalismo online
DOI:
https://doi.org/10.5216/c&i.v16i2.26981Palavras-chave:
jornalismo. jornalismo online. fait divers. mosaico.Resumo
O objetivo desse trabalho é analisar o jornalismo em sua ancoragem na internet. O ambiente virtual rompeu dificuldades históricas de produção, no entanto, a análise do cotidiano mostra que esse não tem sido um campo de novas linguagens, mas da possibilidade de registrar notícias com uma rapidez sem precedentes. A estrutura de mosaico identificada nos jornais impressos por Marshall McLuhan aplica-se com desenvoltura ao jornalismo online. O objeto de estudo são portais de conteúdo jornalístico, percebidos como sistemas compostos por um conjunto de manchetes, formando um campo simbólico que, muitas vezes, irá dispensar a visita do leitor ao conteúdo das matérias. A partir desse conjunto, investigamos se há um pressuposto de que determinados tipos de notícias têm sido estabilizadores desses sistemas, dada a natureza caótica criada pela quantidade e variedade de assuntos expostos simultaneamente. Para isso, nos amparamos nos estudos de Roland Barthes sobre a estrutura dos “fait divers”, identificando uma categoria de notícias espantosas ou ficcionais que funcionariam como atenuantes no espaço fragmentado. Tal percepção indica que é possível que o jornalismo online ainda não se diferencie muito dos primórdios do jornalismo de massa, iniciado nos anos de 1830. A trama cotidiana permanece como um tecido trançado entre realidade e ficção e os avanços tecnológicos podem ser relegados ao plano do suporte, porque o jornalismo, em sua ancoragem na internet, dá ares de apenas simular novos recursos, já que neste aspecto, ressurge com a mesma roupagem daquele praticado há mais de 200 anos.
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