O absoluto da teoria na comunicação: as meias-verdades contra culturas e povos
DOI:
https://doi.org/10.5216/c&i.v4i1/2.24022Palavras-chave:
Teoria da comunicação. Movimentos sociais.Resumo
A teoria da comunicação, bem como o eixo do qual deriva, as ciências sociais, acumula uma dívida histórica com os movimentos sociais populares: o hábito de pensar a sociedade sem tentar compreendê-la na sua essência, nas suas contradições mais profundas. A vontade incompreensível em massificar o existir das maiorias, num caso como no outro, nada mais é do que o lado elitista e cínico de nossa herança intelectual (de que ainda não nos livramos de todo). Algo que tem paralisado, em certo sentido, a renovação da teoria - no campo da comunicação, sobretudo - e impedido que ela se dedique a compreender e a explicar a sociedade. Os empréstimos corriqueiros, ora ao marxismo ora ao cristianismo, levam ao esquecimento de que, como ideologias, nem sempre eles escaparam ao uso político e, assim, vez por outra passaram como mentiras. Em síntese, o conflito todo, alerta Ginzburg com precisão incendiária, é que "de um lado encontramos, retrocedendo, os 'conhecedores das coisas naturais' (Maquiavel), os 'sábios' (Políbio), os 'filósofos' (Platão e Aristóteles); de outro, o 'povo' (Maquiavel), a 'multidão' (Políbio), a 'maioria' (Aristóteles), o 'resto da cidade' (Platão)" (2001, p.64). Essa birra contra o sujeito popular, pelo visto, vem de longe. Muito longe.
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