ECOPERFORMANCE LÍNGUA DA TERRA
Uma proposta transgressora de dança como ecologia e epistemologia decolonial
DOI:
https://doi.org/10.5216/ac.v9i1.76142Abstract
A partir dos termos militância gozosa e/ou ativismo gozoso, propostos por Silvia Federici, compartilhamos as imbricações teórico-práticas referentes à criação do filme de Ecoperformance Língua da Terra. Considerando a abordagem de Rogério Haesbaert acerca do território-corpo da terra e corpo-território das pessoas, criamos este filme mobilizadas por epistemologias decoloniais e reivindicamos a transgressão das colonialidades do poder instituídas sobre os corpos, sobretudo os corpos das mulheres e da terra. O artigo se organiza com intuito de compartir e mobilizar caminhos transdisciplinares metodológicos/ecológicos. Para tanto, descrevemos nossos argumentos e experiências corporais como parte do processo criativo e fundamentação teórica. A dança é apresentada como prazer revolucionário constituído na potencialidade política da arte e propomos, Língua da Terra, como Ecoperfomance por compreendermos que seus processos de criação e fruição atuam como tecnologia corporal de resistência, configurando uma dança guardiã de saberes ancestrais que resistem ao patriarcado, ao capitalismo, e, mais recentemente, ao projeto neoliberal. Diante de tantas devastações, dançamos para revitalizar mundos exaustos e convidamos a/o leitora/r a se deixar dançar pela indagação: como acessar, resguardar e/ou (re)conhecer os corpos, e as vidas, em sua pulsão erótica e criativa?
Palavras-chave: arte-política; tecnologia corporal; feminismos; ancestralidade.
Downloads
Riferimenti bibliografici
ANDALZÚA, Gloria. La conciencia de la mestiza/ Rumo a uma nova consciência. In HOLLANDA, Heloisa Buarque de (org). Pensamento feminista: conceitos fundamentais. Rio de Janeiro: Bazar do tempo, 2019. (p.323-339).
ARAÚJO, Miguel Almir Lima de. Os sentidos da sensibilidade: sua fruição no fenômeno do educar. 1ª ed. Salvador: EDUFBA, 2008.
BONDÍA, Jorge Larrosa. Notas sobre a experiência e o saber da experiência. In: Revista Brasileira de Educação. Rio de Janeiro, ANPEd. n. 19, p.20-28, Abr. 2002.
CABNAL, Lorena; ASCUR – Las Segovias. Feminismos diversos: el feminismo comunitário. España, ASCUR – Las Segovias, 2010.
CASTRO-GÓMEZ, Santiago; GROSFOGUEL, Ramón. Prólogo. Giro decolonial, teoría crítica y pensamiento heterárquico. In: El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del hombre editores, Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos y Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar, 2007. (p.09-24)
CORRADINI, Sandra. Corporeidade ecocêntrica e dramaturgia expandida em videoecoperformance: dança, ecologia e cognição. PÓS: Revista do Programa de Pós-graduação em Artes da EBA/UFMG, Belo Horizonte, v. 12, n. 26, p. 84–113, 2022. DOI: https://doi.org/10.35699/2237-5864.2022.38753. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistapos/article/view/38753. Acesso em: 2 dez. 2023.
CURIEL, Ochy. Construindo metodologias feministas a partir do feminismo decolonial. In HOLLANDA, Heloisa Buarque de (org). Pensamento feminista hoje: perspectivas decoloniais. 1ª ed. Rio de Janeiro: Bazar do tempo, 2020. (p.120-138).
FEDERICI, Silvia. Ir más allá de la piel: repensar, rehacer y reivindicar el cuerpo en el capitalismo contemporáneo. Trad. Aránzazu Catalán Altuna. Madrid: Traficantes de sueños, 2022a.
FEDERICI, Silvia. Reencantando o mundo: feminismo e a política dos comuns. Trad. Coletivo Sycorax. São Paulo: Elefante, 2022b.
HAESBAERT, Rogério. Do corpo-território ao território-corpo (da terra): contribuições decoloniais. GEOgraphia. Niterói, vol.22, n. 48, p. 75-90, 2020. DOI: https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2020.v22i48.a43100. Disponível em: https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/43100/24532. Acesso em: 15 jan. 2023.
LEPECKI, André. Planos de composição. In: GREINER, Christine; ESPÍRITO SANTO, Cristina; SOBRAL, Sonia. (Orgs). Cartografia: Rumos Itaú Cultural Dança 2009-2010. São Paulo: Itaú Cultural, 2010. p. 12-20.
LUME & PPG Artes da Cena. XI Simpósio Internacional Reflexões Cênicas Contemporâneas. Campinas: LUME e PPG Artes da Cena IA, 2022. Vídeo (3h:17min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=a8wZHlG-W04 Acesso em: 02 dez. 2023.
MALDONADO-TORRES, Nelson. Sobre la colonialidad del ser: contribuciones al desarrollo de un concepto. In: El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del hombre editores, Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos y Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar, 2007. (p.127-168)
MARQUES, Isabel. Dança no contexto: uma proposta para educação contemporânea. Tese (Doutorado). Faculdade de Educação da USP, 1996.
MARQUES, Isabel. O artista/docente: ou o que a arte pode aprender com a educação. Ouvirouver, Uberlândia, v. 10, n. 2, p. 230-239, jul./dez. 2014.
PATZDORF, Danilo. Artista-educa-dor: a somatopolítica neoliberal e a crise da sensibilidade do corpo ocidental. In. Urdimento, Florianópolis, v.1, n.40, p.1-28, mar/abr, 2021.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidad y Modernidad-racionalidad. In: BONILLO, Heraclio (org). Los conquistados. Bogotá: Tercer Mundo Ediciones; FLACSO, 1992. (p. 437-449)
QUIJANO, Aníbal. Colonialidad del poder, eurocentrismo y América Latina. Clacso: Buenos Aires, 2005, in: http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/clacso/sur-ur/20100624103322/12_Quijano.pdf
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder e classificação social. In MENEZES, Maria Paula; SANTOS, Boaventura de Souza (orgs). Epistemologias do Sul. Coimbra: Almedina, 2009. (p. 73-117)
RODRIGUES, Graziela Estela Fonseca. Bailarino-pesquisador-intérprete: processo de formação. Rio de Janeiro: Funarte, 1997.
SILVA, Reginaldo Conceição da. Na gira da umbanda: exercício etnográfico sobre expressões de afrorreligiosidade na “fronteira” e no Terreiro da Cabocla Jurema em Tabatinga, Amazonas. Orientadora: Rosa Elizabeth Acevedo Marin. Dissertação (mestrado). Programa de pós-graduação em Cartografia Social e Política da Amazônia, Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Estadual do Maranhão, 2015.
Downloads
Pubblicato
Come citare
Fascicolo
Sezione
Licenza
Copyright (c) 2023 Juliana Maria Greca, Daniela Kuhn
Questo lavoro è fornito con la licenza Creative Commons Attribuzione - Non commerciale 4.0 Internazionale.
A Revista Arte da Cena utiliza como base para transferência de direitos a licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional, para periódicos de acesso aberto (Open Archives Iniciative - OAI).
Autores que publicam neste periódico concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à Revista Arte da Cena o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution Non Commercial.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta Revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, desde que citada a referencia do local de origem de publicação, ou seja, do endereço eletrônico/referência da Revista Arte da Cena.
4) Os autores dos trabalhos publicados na Revista Arte da Cena são expressamente responsáveis de direito por seu conteúdo.
5) Os autores não serão remunerados pela publicação de trabalhos na revista Arte da Cena.