Intencionalidade Pedagógica em Arte

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5216/ac.v10i2.79540

Resumo

Neste artigo, que parte de uma experiência de aula de Arte (Teatro e Dança) para crianças com idades entre 04 e 06 anos, analisamos possíveis imbricações entre intencionalidade artística e intencionalidade pedagógica. Para tanto, descrevemos parte de um experimento docente realizado pelo autor, no âmbito da Universidade Federal do Tocantins, com a finalidade de formação continuada de professoras/es em exercício na Educação Infantil e no Componente Curricular Arte no Ensino Fundamental. Nossa suposição é que há um conjunto extenso de dimenões da intencionalidade artística que muitas vezes não são consideradas nos contextos educacionais. Geralmente, valoriza-se demasiadamente a dimensão lúdica da Arte em detrimento de outras de suas dimensões, dentre elas, a ritualística, a política, a poética, a estética e a festiva. Desse modo, compreendemos que as metodologias propositivas das experiências artística para e com crianças pequenas tendem a reduzir as possibilidades da construção de conhecimento artístico a aspectos da arte que a ludicidade torna presente. Como alternativa a essa perspectiva, asseveramos sobre a necessidade de inserção de traços de outras dimensões da Arte na constituição da intencionalidade pedagógica, que envolvam não só temas e fenômenos da Arte, mas também instrumentos, procedimentos e noções artísticas assumidos também como instrumentos metodológicos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Juliano Casimiro de Camargo Sampaio, Universidade Federal do Tocantins (UFT), Palmas, Tocantins, Brasil, juliano.casimiro@uft.edu.br

Diretor e ator de teatro, Professor da Licenciatura em Teatro e da Licenciatura em Música da Universidade Federal do Tocantins. Pós-Doutor em Arte, Pós-Doutor em Educação, Pós-Doutor, Doutor e Mestre em Psicologia, Bacharel em Artes Cênicas e Licenciado em Teatro. Coordenador do grupo de pesquisa e extensão CONAC (UFT/CNPq). Presidente da Federação de Arte/Educadores do Brasil (FAEB), nas gestões 2022/2023 e 2024/2025. Bolsista produtividade da Fundação de Amparo à Pesquisa do Tocantins (FAPT) (2022-2024).

Referências

DE MASI, Domenico. O ócio criativo. Sextante: Rio de Janeiro, 2000.

DESGRANGES, Flávio. A posição do espectador: perspectivas pedagógicas. In: TELLES, Narciso; FLORENTINO, Adilson (orgs.). Cartografias do ensino de teatro. Uberlândia/MG: EDUFU, 2009, p. 85-94.

DUBATTI, Jorge. Teatro, arte, ciencias del arte y epistemología: una introducción. Repertório, Salvador, nº 20, p. 65-76, 2013.

DULLIN, Charles.Improvisação. Urdimento - Revista de Estudos em Artes Cênicas, Florianópolis, v. 1, n. 18, p. 171-180, 2012.

FERNANDES, Silvia. Teatralidades dissidentes. Cena, Porto Alegre, v. 42, n. 1, p. 1-14, jan./abr. 2024.

GAMBINI, Roberto. Com a cabeça nas nuvens. Pró-Posições, v. 21, n. 2 (62), p. 149-159, 2010.

GERALDI, Silvia. O Lugar da Teatralidade na Dança Contemporânea. Sala Preta, v.12, n. 2, p. 13-26, 2012.

HEIDEGGER, Martin. Ser e Tempo. Petrópolis, RJ.: Vozes, 2009.

HUSSERL, Edmund. Études psychologiques pour la logique elementaire. In: Husserl, Edmund. Articles sur la logique. Paris: Puf, 1894/1975.

HOLM, Anna Marie. Baby- Art. Os primeiros passos com a arte. Museu de Arte Moderna de São Paulo, 2007.

ICLE, Gilberto. Problemas teatrais na educação escolarizada: existem conteúdos em teatro? Urdimento – Revista de Estudos em Artes Cênicas, V.2, nº 17, p. 70-77, 2011.

KASTRUP, Virgínia. A invenção de si e do mundo. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.

KOUDELA, Ingrid Dormien. Jogos Teatrais. São Paulo: Perspectiva, 2009

LIB NEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 2013.

MAGELA, André Luiz Lopes. Normatividade da cooperação em aulas de teatro. Urdimento, Florianópolis, v.1, n.34, p. 110-128, mar./abr. 2019.

MERLEAU-PONTY, Maurice. A Natureza. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

MERLEAU-PONTY, Maurice. O Olho e O Espírito. São Paulo: CosacNaiFy Portátil, 2013.

RANCIÈRE, Jacques. O espectador emancipado. São Paulo: Martins Fontes, 2012.

RANCIÈRE, Jacques. Nas margens do político. Lisboa: KKYM, 2014.

ROMMETVEIT, Ragnar. On negative rationalism in scholarly studies of verbal communication and dynamic residuals in the construction of human intersubjectivity. Em R. Rommetveit & R. Blakar (Orgs.) Studies of language, thought and verbal communication. London: Academic Press, 1979, p. 147-161.

RYNGAERT, Jean-Pierre. Jogar, Representar. São Paulo: Cosac & Naify, 2009.

RYNGAERT, Jean-Pierre. Leu jeu dramatique en milieu scolaire. Paris: CEDIC, 1977.

SAMPAIO, Juliano Casimiro de Camargo. A constituição do ser(ator) entre a cotidianidade e as artes cênicas. Palmas: EDUFT, 2017.

SAMPAIO, Juliano Casimiro de Camargo. A teatralidade de si-mesmo no ensino do teatro. Repertório, [S. l.], n. 29, p. 233–257, 2018.

SCHECHNER, Richard. A vanguarda conservadora. Revista Brasileira de Estudos da Presença, Porto Alegre, v. 2, n. 2, p. 573-600, 2012.

SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do Currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 2023.

SPOLIN, Viola. Jogos Teatrais. O Fichário. São Paulo: Perspectiva, 2001.

WIGGERS, Ingrid Dittrich. Infância e Mídia: crianças desenham novas corporeidades? In: FANTIN, Monica & GIRARDELLO, Gilka (Orgs.). Liga, Roda, Clica - Estudos em mídia, cultura e infância. Campinas: Papirus, 2008, p. 75-98.

Downloads

Publicado

2025-02-11

Como Citar

CASIMIRO DE CAMARGO SAMPAIO, J. Intencionalidade Pedagógica em Arte. Arte da Cena (Art on Stage), Goiânia, v. 10, n. 2, p. 148–177, 2025. DOI: 10.5216/ac.v10i2.79540. Disponível em: https://revistas.ufg.br/artce/article/view/79540. Acesso em: 15 mar. 2025.