Cenas pretas e restaurações do encantamento do mundo
Um olhar para o trabalho coreográfico de Tiago Oliveira
DOI:
https://doi.org/10.5216/ac.v7i2.70121Resumo
Este artigo representa um esforço de valorização das estéticas negras no contexto da criação em dança. O interesse se encontra relacionado com as críticas ao racismo desenvolvidas no trabalho coreográfico de Tiago Oliveira, coreógrafo negro da cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Para tanto, organiza-se uma discussão sobre a situação colonial como fenômeno estruturante de um modelo de desenvolvimento baseado na lógica da exploração e da violência. Além disso, defende-se a ideia das cenas negras como políticas de luta e resistência. Metodologicamente, elabora-se um estudo de caso sobre as obras de Tiago Oliveira, buscando compartilhar os processos de pensamento, criação e ativismo político que se encontram nas dramaturgias de duas de suas peças coreográficas: Vira-lata e À margem.
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