AS CENAS CRUAS E VISCERAIS DE LINA BO BARDI NOS ANOS 1960

Entre o espaço “abstrato” e o espaço “abjeto”

Autores

  • Evelyn Furquim Werneck Lima Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.5216/ac.v5i1.57782

Resumo

Este artigo analisa três projetos de cenografia teatral elaborados por Lina Bo Bardi, dois em um teatro improvisado no palco do Teatro Castro Alves em Salvador, em escombros, após incêndio, e o terceiro no Teatro Oficina, em São Paulo, ainda no antigo espaço projetado por Império e Lefèvre. Busca traçar um paralelo com os escritos e projetos arquitetônicos de Bo Bardi, demonstrando o profundo conhecimento da arquiteta tanto sobre as propostas de Brecht para a cena teatral quanto sobre a apropriação da cultura popular nordestina, que encontraram terreno fértil em sua obra de arquitetura cênica. Com base nas teorias de produção do espaço de Henri Lefebvre (1974) e nas recentes formulações teóricas de Dorita Hannah (2018), as três propostas investigadas revelam concepções espaciais cruas e viscerais das cenas idealizadas pela arquiteta ítalo-brasileira.

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Referências

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Publicado

2019-07-27

Como Citar

LIMA, E. F. W. AS CENAS CRUAS E VISCERAIS DE LINA BO BARDI NOS ANOS 1960: Entre o espaço “abstrato” e o espaço “abjeto”. Arte da Cena (Art on Stage), Goiânia, v. 5, n. 1, p. 029–059, 2019. DOI: 10.5216/ac.v5i1.57782. Disponível em: https://revistas.ufg.br/artce/article/view/57782. Acesso em: 17 dez. 2024.