Avaliação da atividade genotóxica do composto cloreto de cis-tetr aaminodiclororutênio (iii) sobre cultura de linfócitos do sangue periférico
Palavras-chave:
Aberrações cromossômicas, câncer, cloreto de cis-tetraaminodiclororutênio (III), ensaio cometa, índice mitóticoResumo
Vários compostos metálicos, reconhecidos como potentes agentes antitumorais, têm sido desenvolvidos e testados in vivo e in vitro. Entre os primeiros complexos metálicosempregados no tratamento de tumores sólidos pode-se citar a cisplatina. Contudo, é frequente a perda de eficiência do tratamento com esses complexos, em decorrência de seus efeitos tóxicos e da resistência dos tumores, o que acaba levando à formação de tumores secundários. Os complexos de rutênio, um dos metais do grupo da platina, têm atraído muita atenção como possíveis agentes antitumorais. Estudos pré-clínicos com alguns compostos de rutênio [KP1019, RM175, MMI/ONCO4403, RAP, NAMI, NAMI-A, ditionato de cis-tetraaminoxalatorutênio (III), cloreto de cis-tetraaminodiclororutênio (III)] mostraram atividade promissora no tratamento de tumores, uma vez que sua ação sistêmica possibilitou o acesso a metástases e tumores líquidos. Entre os medicamentos testados, os compostos de rutênio mostraram-se promissores por sua propriedade antimetastática, o que representa importante marco no desenvolvimento de novas drogas antitumorais.
Considerando o DNA como alvo, vários compostos de rutênio foram desenvolvidos e suas propriedades de ligação estão sendo testadas. As duas propriedades atribuídas aos complexos de rutênio – ativação por redução e transporte seletivo via sistema transferrina – podem explicar suas características antitumorais. Nos estágios iniciais de descobertas farmacêuticas, quando o mínimo é conhecido sobre as propriedades de uma nova molécula,simples triagens preditivas são apropriadas. Assim, no presente trabalho foram
investigados os efeitos genotóxicos do cloreto de cis-tetraaminodiclororutênio (III), em 66 diferentes concentrações, em culturas de linfócitos humanos in vitro, utilizando-se índice mitótico (IM), aberrações cromossômicas (ACs) e ensaio cometa. As culturas de linfócitoshumanos foram tratadas com esse composto de rutênio nas concentrações de 1, 10, 100 e 1000 ?g.mL-1; cloridrato de doxorrubicina foi usado como controle positivo e meio completo como controle negativo. As concentrações de 1, 10, 100 e 1000 ?g.mL-1 mostraram IM de 5,9%, 4,6%, 3,9% e 0%, respectivamente. Foram encontradas aberrações cromossômicas consideradas espontâneas (1-2%) nas concentrações de 1, 10 e 100 ?g.mL-1, apresentando resultados estatisticamente diferentes quando comparados com o controle positivo. Para o ensaio cometa, as lâminas foram preparadas em duplicata e 100 núcleos foram analisados (50 núcleos para cada duplicata). Os cometas foram classificados em classes pelo software CometScore 15. O resultado deste estudo demonstrou que o cloreto de cis-tetraaminodiclororutênio (III) não possui potencial genotóxico in vitro.
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