AVALIAÇÃO QUALI-QUANTITATIVA DOS REJEITOS GERADOS NAS COOPERATIVAS DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS NO MUNÍCIPIO DE GOIÂNIA, BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.5216/teri.v9i1.61153Palavras-chave:
materiais reciclaveis, rejeitos, coleta seletiva, cooperativas, residuos solidosResumo
Um dos grandes entraves dos projetos de coleta seletiva tem sido a quantidade de rejeitos advindos dos processos de triagem realizados pelas cooperativas de catadores. Um dos motivos tem sido a má separação dos recicláveis por parte da população, que muitas vezes encaminham fraldas descartáveis, restos de alimentos ou outros materiais que além de contaminar ainda inviabilizam a destinação para a reciclagem. Outro motivo têm sido a falta de qualidade na triagem por parte dos catadores, que em muitas situações acabam separando os materiais de maior valor para venda, em detrimento de materiais de baixo valor comercial ou não buscando compradores para outros que poderiam ser comercializados. Não se tem muitos dados acerca das características qualitativas e quantitativas dos materiais rejeitados durante o processo de triagem de resíduos nas cooperativas de materiais recicláveis. Neste sentido, esse trabalho fundamenta-se no estudo quali-quantitativo dos rejeitos gerados em cinco cooperativas estudadas no município de Goiânia-GO. A fim de estimar as quantidades de resíduos que chegam às cooperativas e que são gerados na pilha de rejeitos, concluiu-se que os pesos específicos foram de, respectivamente, 36,5 kg/m3 e 65,2 kg/m3. Em relação à pilha de rejeitos, boa parte dos materiais dispostos podem ser caracterizados como potencialmente recicláveis, dentre esses, o percentual de plásticos alcança um índice de 38%. Diante do cenário atual do mercado de recicláveis, levando-se em conta os comercialmente rentáveis (termoplásticos e papeis mistos), esse índice alcançou cerca de 40% dos rejeitos, fração esta que representa cerca de 22% de todos os resíduos descarregados nas cooperativas. Na contramão dos recicláveis estão os orgânicos (com 15,2%) e os rejeitos (com 13,5%). Em suma, 28,7% do total que foi destinado às cooperativas nunca deveriam ter chegado às mesmas. Analisando, em contexto geral, observou-se que a maioria dos resíduos que chegam nas cooperativas, cerca de 54,6%, é de material rejeitado, seja, devido à falta de qualidade dos materiais, falta de mercado para a reciclagem, baixo valor de mercado ou falta de conhecimento dos catadores acerca do potencial de reciclagem destes materiais.