Dilemas da Pós-Memória
Entrevista com Marianne Hirsch
Palavras-chave:
PostmemoryResumo
Marianne Hirsch é Professora Emérita William Peterfield Trent de Inglês e Literatura Comparada do Instituto de Estudos de Sexualidade e Gênero da Universidade de Columbia. Hirsch nasceu na Romênia em 1949, imigrou para os Estados Unidos em 1962 e estudou na Brown University. Ela combina teoria feminista e estudos de memória, especialmente acerca da transmissão de memórias de violência entre gerações. É uma das principais acadêmicas em seu campo e mais conhecida por ter cunhado o termo pós-memória em 1990, ao escrever sobre Art Spiegelman. Eventos recentes chamaram a atenção para a discussão do conceito de pós-memória. Marianne Hirsch (2024), em seu ensaio sobre a memória do Holocausto após os eventos de 7 de outubro de 2023, explora as complexidades da pós-memória. Ela enfatiza que, embora os descendentes de sobreviventes se identifiquem profundamente com as experiências de seus antepassados, essa conexão é vicária, mediada pela imaginação e por artefatos culturais, e não pela memória direta. Hirsch adverte contra a reencenação acrítica do trauma herdado, que pode levar a uma fixação na vitimização que obscurece os contextos mais amplos de injustiças históricas e contínuas, como a situação dos palestinos. Ela defende uma abordagem relacional da memória que promova a solidariedade e a justiça, reconhecendo vulnerabilidades compartilhadas entre grupos e desafiando ciclos de defesa e narrativas excludentes. A entrevista foi organizada pelos dois entrevistadores e conduzida pessoalmente por Fernando Gomes Garcia em outubro de 2024, na cidade de Nova York.
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