Antônio Poteiro. Arte do Brasil Mestiço

O filósofo e a criança

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5216/rth.v27i2.80115

Palavras-chave:

Antônio Poteiro, Arte, Brasil Mestiço, imagens

Resumo

Antônio Poteiro foi destaque na I Primeira Bienal Latino Americana de São Paulo (1978), que tinha a pretensão de mostrar a arte local de inspiração nas raízes míticas e mágicas, em busca de uma melhor visão da América Latina indígena, africana, euroasiática e mestiça. O artista goiano, próximo das fontes vitais, com grande habilidade em esculpir e pintar imagens da vida do povo, suas crenças e mitos, costumes e rituais, festas e religiosidades, produziu sua arte misturando referências iconográficas do Brasil mestiço. De sabedoria popular, como um filósofo, Poteiro especula sobre verdades, como uma criança brinca de invertê-las. Ao fim, cria imagens de um mundo alegre e feliz.

 

Biografia do Autor

Maria Bernardete Ramos Flores, Professora Emérita da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, mbernaramos@gmail.com

CV: http://lattes.cnpq.br/5420701895494855

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Publicado

2025-02-05

Como Citar

FLORES, M. B. R. Antônio Poteiro. Arte do Brasil Mestiço: O filósofo e a criança. Revista de Teoria da História, Goiânia, v. 27, n. 2, p. 148–173, 2025. DOI: 10.5216/rth.v27i2.80115. Disponível em: https://revistas.ufg.br/teoria/article/view/80115. Acesso em: 15 abr. 2025.