Como Gumbrecht leu Heidegger?

A noção de presença como esquecimento do esquecimento do ser

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5216/rth.v27i2.78583

Palavras-chave:

Martin Heidegger, Hans Ulrich Gumbrecht, ser, presença, ousia

Resumo

O objetivo do presente artigo é questionar um ponto específico da leitura de Martin Heidegger feita por Hans Ulrich Gumbrecht. Trata-se de problematizar a afirmação de Gumbrecht de que haveria uma convergência entre a sua noção de “presença” e o conceito heideggeriano de “ser”. A partir de um exame da interpretação feita por Heidegger do termo ousia, visamos demonstrar que ser e presença não poderiam convergir na medida em que presentificar o primeiro seria ignorar a diferença ontológica – isto é, a diferença entre ser e ente. Se o intuito de Gumbrecht foi de fato presentificar o ser, ele acaba por torná-lo substancializável e, por consequência, a sua noção de presença operaria a partir de um “esquecimento do esquecimento do ser”.

Biografia do Autor

Gabriel Barroso Vertulli Carneiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil, gabrielvertulli@gmail.com

CV: http://lattes.cnpq.br/4561957896066068

Referências

AQUINO, Tomás de. O ente e a essência. Tradução de Carlos Arthur do Nascimento. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.

ARISTÓTELES. Metafísica. Tradução de Marcelo Perine. Volume II. São Paulo: Ed. Loyola, 2005.

AUBENQUE, Pierre. Desconstruir a metafísica? Tradução de Aldo Vanucchi. São Paulo: Edições Loyola, 2012a.

AUBENQUE, Pierre. O problema do ser em Aristóteles: ensaio sobre a problemática aristotélica. Tradução de Cristina de Souza Agostini e Dioclézio Domingos Faustino. São Paulo: Paulus, 2012b.

CASANOVA, Marco Antonio. Compreender Heidegger. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.

GUMBRECHT, Hans Ulrich. Nosso amplo presente: o tempo e a cultura contemporânea. Tradução de Ana Isabel Soares. São Paulo: Editora Unesp, 2015.

GUMBRECHT, Hans Ulrich. Production of presence: what meaning cannot convey. Stanford, California: Stanford University Press, 2004.

GUMBRECHT, Hans Ulrich. Produção de presença: o que o sentido não consegue transmitir. Tradução de Ana Isabel Soares. Rio de Janeiro: Contraponto, Ed. PUC-Rio, 2010.

HEIDEGGER, Martin. A essência da liberdade humana: introdução à filosofia. Tradução de Marco Antonio Casanova. Rio de Janeiro: Via Verita, 2012a.

HEIDEGGER, Martin. A origem da obra de arte. Tradução de Idalina Azevedo da Silva e Manuel António de Castro. São Paulo: Edições 70, 2010.

HEIDEGGER, Martin. Ensaios e conferências. Tradução de Emmanuel Carneiro Leão, Gilvan Fogel e Márcia de Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.

HEIDEGGER, Martin. Introdução à metafísica. Tradução de Emmanuel Carneiro Leão. Rio de janeiro: Tempo brasileiro, 1978.

HEIDEGGER, Martin. Metafísica de Aristóteles Θ 1-3: sobre a essência e a realidade da força. Tradução de Enio Paulo Giachini. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.

HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. Tradução de Fausto Castilho. Campinas, SP: Editora da Unicamp; Petrópolis, RJ: Vozes, 2012b.

HEIDEGGER, Martin. Sobre o Humanismo. Tradução de Emmanuel Carneiro Leão. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1967.

RUGGERI, Sabrina. Substancialidade e presença: acenos de Gumbrecht para o conceito heideggeriano de ser. Kínesis, 118 Vol. VII, n. 13, p.117-132, 2015.

SCHUBACK, Márcia de Sá Cavalcante. A perplexidade da presença. In: HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. Tradução de Márcia de Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis, RJ: Vozes; Bragança Paulista, SP: Editora Universitária São Francisco, 2012. p. 15-32.

SILVA, Wellington Amâncio da. Hans Ulrich Gumbrecht Leitor de Martin Heidegger: concepção de produção de presença. Rev. Bras. Estud. Presença, Porto Alegre, v. 7, n. 3, p. 505-522, set./dez. 2017.

VATTIMO, Gianni. Introdução a Heidegger. Tradução de João Gama. Lisboa: Instituto Piaget, 1996.

VOLPI, Franco. Heidegger e Aristóteles. Tradução de José Trindade dos Santos. São Paulo: Edições Loyola, 2013.

Downloads

Publicado

2025-02-04

Como Citar

CARNEIRO, G. B. V. Como Gumbrecht leu Heidegger? A noção de presença como esquecimento do esquecimento do ser. Revista de Teoria da História, Goiânia, v. 27, n. 2, p. 174–188, 2025. DOI: 10.5216/rth.v27i2.78583. Disponível em: https://revistas.ufg.br/teoria/article/view/78583. Acesso em: 15 abr. 2025.