Racismo e arquivo

Questões para a Teoria da História

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5216/rth.v26i1.75420

Palavras-chave:

racismo, teoria da história, arquivo

Resumo

A intenção desse ensaio é dialogar com alguns debates contemporâneos que enfrentam as relações entre conhecimento histórico, racismo e arquivo, especialmente pela leitura de Achille Mbembe, Grada Kilomba, Saidya Hartmann, concluindo seu percurso com Lélia Gonzales. Ao colocar no centro da discussão especialmente a vinculação entre arquivo e opressão epistêmica, pretendemos destacar como autores que se debruçaram a indagar a relação entre Modernidade e racismo perceberam o arquivo como uma limitação para a pluralidade de manifestações da vida humana. Consequentemente, e partir da amplitude de referências levantadas, passamos a problematizar o fazer historiográfico em sua faceta moderna e suas limitações.

Biografia do Autor

Eduardo Ferraz, Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil, ffeduerj@gmail.com

Currículo: http://lattes.cnpq.br/3416044945425984 

Francisco Gouvea de Souza, Universidade do Estado do Rio de Janeiro , Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil, francisco.sousa@uerj.br

Referências

ASSUNÇÃO, Marcello. As injustiças de Clio revisitado: Clóvis Moura e a crítica da branquitude no campo historiográfico. História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography, Ouro Preto, v. 15, n. 38, p. 231–252, 2022.

BARBOSA, Muryatan S. A razão africana: breve história do pensamento africano contemporâneo. São Paulo, SP: Todavia, 1a ed., 2020.

BENTO, Cida. O pacto da branquitude. São Paulo, SP: Companhia das Letras, 2022.

CARVALHO FILHO, Silvio A.; NASCIMENTO, Washington S. (orgs.) Intelectuais das Áfricas. Campinhas, SP: Pontes Editores, 2018.

DERRIDA, Jacques. Mal de arquivo: uma impressão freudiana. Tradução: Claudia de Moares Rego. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001.

DERRIDA, Jacques. Espectros de Marx: o estado da dívida, o trabalho do luto e a nova Internacional. Trad. Anamaria Skinner. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1994.

FANON, Frantz. Os condenados da terra. Juiz de Fora: Ed. UFJF, 2005.

FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Tradução de Luiz Felipe Baeta Neves. 7ª edição. Rio de Janeiro: Forense, 2004.

GOMES, Nilma L. O movimento negro educador: saberes construídos nas lutas por emancipação. Petrópolis: Ed. Vozes, 2017.

GONZALES, Lélia. “Racismo e sexismo na cultura brasileira.” In: Revista Ciências Sociais Hoje, Anpocs, p. 223-244, 1984.

GUIMARÃES, Géssica. “Disciplina e experiência.” História da Historiografia, v. 14, p. 373-401, 2021.

HARTMAN, Saidiya. Perder a mãe: uma jornada pela rota atlântica da escravidão. tradução José Luiz Pereira da Costa. - 1. ed. - Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2021.

HARTMAN, Saidiya. Wayward lives, Beautiful Experiments. Intimate Histories of Social Upheaval. New York, London: W. W. NORTON & COMPANY, 2019.

KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Tradução de Jess Oliveira. Rio de Janeiro: Editora Cobogó, 2019.

KILOMBA, Grada; César, Felipa; McCarty, Diana. “CONAKRY” (2017) https://www.youtube.com/watch?v=7YkldKs93jE (Acesso 14/05/2022)

MALERBA, Jurandir. “Os historiadores e seus públicos: desafios ao conhecimento histórico na era digital.” Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 37, n. 74, p. 135-154, 2017.

MBEMBE, Achille. Sair da grande noite: ensaio sobre a África descolonizada. Mangualde: Ed. Mulemba, 2014.

MBEMBE, Achille. Crítica da razão negra. Lisboa: Ed. Antígona, 2014.

MBEMBE, Achille. Políticas de Inimizade. Lisboa: Ed. Antígona, 2017.

MBEMBE, Achille. “The power of the Archive and its Limits.” In: Refiguring the Archive. Springer Science, Business Media Dordrecht, 2002.

OLIVEIRA, Maria da Glória de. Quando será o decolonial? Colonialidade, reparação histórica e politização do tempo. Caminhos da história (UNIMONTES) (online), v. 27, p. 58-78, 2022.

PEREIRA, Ana Carolina Barbosa. Precisamos falar sobre o lugar epistêmico na Teoria da História. Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 10, n. 24, p. 88 - 114, abr./jun. 2018

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. LANDER, Edgardo (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: Clacso, setembro de 2005, p. 117-142.

SARR, Mohamed Mbougard. La plus secrète mémoire des hommes. Editions Philippe Rey/Jimsaan, 2021.

SOUSA, Francisco G.; GUIMARÃES, Géssica ; NICODEMO, Thiago Lima. Uma lágrima sobre a cicatriz: o desmonte da universidade pública como desafio à reflexão histórica (#UERJresiste). REVISTA MARACANAN, v. 1, p. 71-87, 2017.

VALIM, Patrícia; AVELAR, Alexandre S.; BERVENAGE, Berber. Negacionismo: História, Historiografia e perspectivas de pesquisa. Revista Brasileira de História, vol. 42, n. 87, p. 13-36, ago. 2021.

Downloads

Publicado

2023-07-27

Como Citar

FERRAZ, E.; GOUVEA DE SOUZA, F. Racismo e arquivo : Questões para a Teoria da História. Revista de Teoria da História, Goiânia, v. 26, n. 1, p. 81–99, 2023. DOI: 10.5216/rth.v26i1.75420. Disponível em: https://revistas.ufg.br/teoria/article/view/75420. Acesso em: 17 jul. 2024.