UMA DISCUSSÃO ACERCA DO QUE SIGNIFICA SER UM(A) INTELECTUAL NEGRO(A)

Autores

  • Fernando Baldraia Maria Sibylla Merian International Centre for Advanced Studies in the Humanities and Social Sciences Conviviality-Inequality in Latin America
  • Marcello Felisberto Morais de Assunção Universidade de São Paulo (DLCV)

Resumo

Diante dos problemas aqui levantados, formulamos quatro perguntas que foram respondidas de diferentes formas pelos nossos interlocutores.
1- O que significar ser um intelectual negro?
2- Como você vê o significante negro quando o assunto em debate é a escrita da História?
3- Você acredita estarmos vivendo um momento de profunda crise epistemológica decorrente do fato de que a Europa, como diz Achille Mbembe, “deixou de ser o centro de gravidade do mundo”? Se esse é, como ele argumenta, “o grande acontecimento, a experiência fundamental de nossa época”, como avaliar a relação entre o chamado “racismo estrutural” e o saber acadêmico?
4- Quais intelectuais negros você considera como fundamentais para entender o mundo?

Biografia do Autor

Fernando Baldraia, Maria Sibylla Merian International Centre for Advanced Studies in the Humanities and Social Sciences Conviviality-Inequality in Latin America

Fernando Baldraia concluiu seu bacharelado e licenciatura em História na Universidade de São Paulo em 2003. No entanto, foi seu engajamento em organizações comunitárias de base na periferia de Osasco (São Paulo) e seu envolvimento com manifestações culturais afro-brasileiras o que o levou à Alemanha, como assistente em um grupo de capoeira. Lá, cursou com auxílio de uma bolsa de estudos da Fundação Rosa Luxemburgo, o mestrado em Estudos Interdisciplinares Latino-Americanos na Freie Universität Berlin (2012).  Nesta mesma universidade, dentro IRTG Between Spaces, concluiu seu doutorado (2017), tendo como objeto o Atlântico Negro e a recente historiografia brasileira da escravidão. Sua pesquisa atual visa refinar a noção de diferença que ancora a abordagem relacional avançada no programa de pesquisa do Mecila. Afim de realizar essa tarefa,  o intercâmbio intelectual entre Nancy Fraser e Axel Honneth acerca do debate sobre redistribuição e reconhecimento é tomado como um caso paradigmático, a partir do qual o conceito de diferença pode ser reenquadrado, a saber, através do emprego de ideias largamente derivadas dos critical racial studies, das teorias queer e feminista, assim como de abordagens pós-coloniais acerca do entrelaçamento da América Latina na modernidade.

Marcello Felisberto Morais de Assunção, Universidade de São Paulo (DLCV)

Possuí graduação, mestrado e doutorado em história pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Pós-Doutorando em Letras FAPESP-USP (2017). Foi pesquisador visitante no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (2015). Analista de pesquisa da Comissão Nacional da Verdade e PNUD-Brasil (2014). Tem experiência na área de História, com ênfase em Estudos Étnico-raciais, História Atlântica e Teoria da História, atuando principalmente nos seguintes temas: imprensa, intelectuais, história atlântica luso-afro-brasileira, Colonialismos-imperialismo-neo-colonialismo, Estudos Étnico-Raciais, ensino de história e cultura afro-brasileira, Marxismo Clássico e Contemporâneo e Pierre Bourdieu. Foi analista de pesquisa da Comissão Nacional da Verdade entre os meses de Agosto a Dezembro de 2014 (http://cnv.memoriasreveladas.gov.br/institucional-acesso-informacao/equipe.html). Pertence desde 2014 ao grupo de pesquisa "Portugal e Brasil no mundo contemporâneo: identidade e memória" (CNPQ: http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/2599879888501045). Editor executivo do periódico Revista de Teoria da História (RTH). Membro de grupos sobre o estudo da imprensa, a saber: "Pensando Goa: Uma peculiar biblioteca em língua portuguesa" (USP-FAPESP http://goa.fflch.usp.br/), "Imprensa e circulação de ideias: o papel dos periódicos nos séculos XIX e XX" (Fundação Casa Rui Barbosa http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/9541541718955541)" e "Grupo Internacional de Estudos da Imprensa Periódica Colonial do Império Português (Universidade Nova de Lisboa https://giepcippt.wordpress.com/participantes/)". Também e membro de grupos em teoria e historiografia: Teoria da História e Historia da Historiografia no Brasil (http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/203500?fbclid=IwAR3Hg56dOOeLV4Mc5gvex0FxXRyowtWPvK59Fgo0mOSlLBnJrzRUAhHritg) e GT Teoria da História e História da Historiografia (https://anpuh.org.br/index.php/grupos-de-trabalho/atividades/item/5429-gt-teoria-da-historia-e-historia-da-historiografia). Realizou pesquisa de campo em Goa (Índia) durante os meses de junho a julho de 2018 e janeiro a fevereiro de 2019 e 2020.

Referências

DU BOIS, W.E.B. The souls of Black folk. Dover:New York, 1994.

GILROY, Paul. O atlântico negro: modernidade e dupla consciência. UCAM : Editora 34, São Paulo, 2001.

MBEMBE, Achille. Critique of Black reason. Duke University Press:Durham, 2017.

MBEMBE, Achille.Necropolitics. Public Culture 15, 2003, 11–40.

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Publicado

2020-01-01

Como Citar

BALDRAIA, F.; FELISBERTO MORAIS DE ASSUNÇÃO, M. UMA DISCUSSÃO ACERCA DO QUE SIGNIFICA SER UM(A) INTELECTUAL NEGRO(A). Revista de Teoria da História, Goiânia, v. 22, n. 2, p. 343–365, 2020. Disponível em: https://revistas.ufg.br/teoria/article/view/61899. Acesso em: 3 out. 2024.