Um diálogo produtivo entre a nova história intelectual e os estudos historiográficos
DOI:
https://doi.org/10.5216/rth.v24i1.55714Palavras-chave:
História intelectual, Historiografia, Teoria e metodologia da história.Resumo
Este artigo tem como ponto de partida o desenvolvimento da história intelectual no século XX, fornecendo especial atenção às mudanças propostas por Quentin Skinner e Reinhart Koselleck. Nesse percurso, contexto e processo histórico são elementos que emergem como primordiais para a superação das ideias como essências. Salienta-se, em seguida, a ampliação das possibilidades teóricas na história intelectual com a problematização dos contextos de recepção das ideias. O argumento se desenvolve no sentido de postular que alguns dos importantes conceitos atuais – dentre os quais o de tradições eletivas – sustentam que a problematização do contexto do pesquisador pode ser visto sob a luz das noções de contexto e processo. A proposta desenvolvida no artigo lastreia-se nessas perspectivas para postular que os referenciais teóricos e conceituais dos pesquisadores são prolíficos para uma problematização densa no campo da historiografia. Nesse sentido, a subjetividade do pesquisador é considerada como produtiva e interconectada a uma rede de referências teóricas e conceituais. A conclusão é que o produto final – o trabalho historiográfico – não é resultado somente de chaves epistemológicas, mas também contempla o modo como o historiador se insere no seu campo.
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