PLURALIDADE NA RELAÇÃO COM O PASSADO EM RETRATO DO BRASIL DE PAULO PRADO

Autores

  • Clayton José Ferreira Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)

Palavras-chave:

História das Ideias, Teoria da História, História da Historiografia, Paulo Prado, Distância Histórica

Resumo

A partir da análise do ensaio Retrato do Brasil: ensaio sobre a tristeza brasileira (1928), de Paulo Prado (1869-1943), serão tematizadas os aspectos das possibilidades de relação com o passado no interior de sua escrita. Inicialmente, algumas considerações acerca da sensação de desordem temporal e a produção de narrativas históricas na busca por norteamento rumo a perspectivas de progresso, portanto, a realização de uma função ética e política para a escrita da história. Em seguida, será desenvolvida a hipótese de que o ensaio de Prado produz a intensificação da distância acerca de experiências históricas consideradas contraproducentes para o presente, enquanto busca se aproximar de passados considerados importantes para potencializar o presente.

Biografia do Autor

Clayton José Ferreira, Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)

Doutorando em História pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Mestre em História na área de concentração Poder e Linguagens (UFOP). Graduado em Bacharelado e Licenciatura em História pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Membro e secretário do Grupo de Pesquisa em História, Ética e Política (GHEP), que integra Núcleo de Estudos em História da Historiografia e Modernidade (NEHM). Foi professor voluntário cadastrado no Departamento de História da Universidade Federal de Ouro Preto durante os semestres 2016/2 e 2017/1. Professor orientador no Centro de Educação a Distância (CEAD) da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) no curso de pós-graduação lato-sensu em práticas pedagógicas.

Referências

ALONSO, Angela. O positivismo de Luís Pereira Barreto e o pensamento brasileiro no final do Século XIX.Coleção documentos. Série Teoria Política. IEA/USP, São Paulo, v. 09, 1995.

ARAUJO, Valdei Lopes de. RAMOS, André. A emergência de um ponto de vista cosmopolita: a experiência da História de Portugal na Universal History.Almanack, Guarulhos, n. 10, p. 465-491, agosto de 2015.

ARAUJO, Valdei Lopes de. “Sobre a permanência da expressão história magistra vitaeno século XIX brasileiro”. In: ARAUJO, Valdei Lopes de. MOLLO, Helena Miranda. NICOLAZZI, Fernando F. (Org.). Aprender com a História? O passado e o futuro de uma questão. Rio de Janeiro: FGV, 2011.

BERRIEL, Carlos Eduardo Ornelas. Tietê, Tejo, Sena: a obra de Paulo Prado. Tese de doutorado defendida pela UNICAMP em 1994.

CAPISTRANO DE ABREU, João. Capítulos de História Colonial (1500-1800) & Os Caminhos Antigos e o Povoamento do Brasil. Brasília: UnB, 1963.

CAPISTRANO DE ABREU, João. Capistrano de. “Necrológio de Francisco Adolpho de Varnhagen, Visconde de Porto Seguro”. In: Ensaios e estudos(crítica e história). 1ª. série., Livraria Briguiet, 1931.

DE LUCA, Tania Regina. Leituras, projetos e (Re)vista(s) do Brasil (1916-1944). São Paulo: Editora UNESP, 2011.

DUTRA, Eliana de Freitas. O não ser e o ser outro: Paulo Prado e seu Retrato do Brasil. Revista Estudos Históricos, v. 14, n. 26, p. 233-252, 2000.

DUTRA, Eliana de Freitas. Rebeldes literários da República: história e identidade nacional no Almanaque Brasileiro Garnier (1903 –1914). Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005.

GAIO, Henrique Pinheiro Costa. Pessimismo e Ruína: um retrato essencial do Brasil. Dissertação de mestrado defendida pela PUC-Rio em 2008.

GIL, Gilson . Gilberto Freyre versus Paulo Prado:a questão da identidade nacional brasileira. Ci. & Tróp.v. 22, n. 2, p. 211-220, jul./dez. 1994.

GOMES, Ângela de Castro. A república, a história e o IHGB. Belo Horizonte: Fino Traço, 2009.

GOMES, Ângela de Castro. História e Historiadores. Rio de Janeiro: Editora Fundação Getúlio Vargas, 1996.

GONTIJO, Rebeca. O velho vaqueano: Capistrano de Abreu (1853-1927); memória, historiografia e escrita de si. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2013.

GUIMARÃES, Manoel Luiz Salgado. Usos da História: refletindo sobre identidade e sentido. História em Revista, vol.06, dez. 2000.

GUMBRECHT, Hans Ulrich. A presença realizada na linguagem: com atenção especial para a presença do passado. História da historiografia, Ouro Preto, n.º 3, setembro de 2009.

GUMBRECHT, Hans Ulrich. Atmosfera, ambiência, Stimmung: sobre um potencial oculto da literatura. Rio de Janeiro: Editora PUC Rio, 2014.

GUMBRECHT, Hans Ulrich.“Cascatas de modernidade; Espaços de tempo pós-modernos”. In: Modernização dos Sentidos. São Paulo: Ed. 34, 1998.

GUMBRECHT, Hans Ulrich. Em 1926: vivendo no limite do tempo.Rio de Janeiro: Editora Record, 1999.

GUMBRECHT, Hans Ulrich. Produção de presença; o que o sentido não consegue transmitir. Rio de Janeiro: Contraponto: Ed. PUC-RIO, 2010.

HANSEN, Patrícia Santos. Feições e Fisionomia: a história do Brasil de João Ribeiro. Rio de Janeiro: Access, 2000.

HARTOG, François. Regimes de historicidade; presentismo e experiência do tempo. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.

HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil.São Paulo: Companhia das letras, 1995.

KOSELLECK, Reinhart. Futuro passado: Contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto; Editora PUC/RJ, 2006.

KOSELLECK, Reinhart. Historias de conceptos: estudios sobre semántica y pragmática del lenguaje. Madrid: Editorial Trotta, 2012.

LAHUERTA, Milton. “Os intelectuais e os anos 20: moderno, modernista, modernização”. In: COSTA, Wilma Peres da; LORENZO, Helena Carvalho de (Org.). A década de 1920 e as origens do Brasil moderno. São Paulo: Editora da UNESP, p. 96-110, 1997.

MARTINS, Estevão C. de Rezende. “Historicismo: útil e o agradável”. In: VARELLA, Flávia Florentino; MOLLO, Helena Miranda; MATA, Sérgio Ricardo da; ARAUJO, Valdei Lopes de. A dinâmica do historicismo: revisitando a historiografia moderna. Belo Horizonte: Argumentum, 2008.

NICOLAZZI, Fernando. Um estilo de história: a viagem, a memória, o ensaio. Tese de doutoramento defendida pela UFRGS em 2008.

OLIVEIRA, Lúcia Lippi. “A questão nacional na primeira república”. In: COSTA, Wilma Peres da; LORENZO, Helena Carvalho de (Org.). A década de 1920 e as origens do Brasil moderno. São Paulo: Editora da Unesp, 1997.

OLIVEIRA, Maria da Glória de. Fazer história, escrever a história:sobre as figurações do historiador no Brasil oitocentista. Rev. Bras. Hist., vol.30, n.59, p. 37-52, 2010.

POCOCK, J. G. A. The machiavellian moment. Princeton, Princeton University Press, 1975.

PRADO, Paulo. Retrato do Brasil: ensaio sobre a tristeza brasileira. (Versão digitalizada da primeira edição de 1928, publicada em 2006) São Paulo: Oficinas Gráficas Duprat-Mayença (reunidas), 1928.

RAMOS, André. Robert Southey e a experiência da história de Portugal:conceitos, linguagens e narrativas cosmopolitas (1795-1829). Dissertação de mestrado defendida pela UFOP em 2013.

RANGEL, Marcelo de Mello. O clima histórico no período regencial sob o olhar do romantismo: pessimismo e esperança na poesia de Gonçalves de Magalhães. Revista ArtCultura, v. 15, n. 26, jan. –jun., p. 169-186, 2013.

RANGEL, Marcelo de Mello. Reflexão e diálogo: liberdade e responsabilidade em Gonçalves de Magalhães e a construção da Nação brasileira. Dissertação de mestrado defendida pela PUC-Rio em 2005.

RANGEL, Marcelo de Mello. Romantismo, Sattelzeit,melancolia e “clima histórico” (Stimmung). Revista expedições: teoria da história & historiografia, v. 25, n. 2, Jul. Dez., p. 53-62, de 2014.RIBEIRO, João. História do Brazil. 1ª Ed., Rio de Janeiro: Livraria Cruz Coutinho. 1901.

ROSAVALLON, Pierre. Por uma história do político. São Paulo: Alameda, 2010.

SEVCENKO, Nicolau. Literatura como missão: tensões sociais e criação cultural na primeira república. São Paulo: Brasiliense, 1999.

WALDMAN, Thaís Chang. Moderno Bandeirante: Paulo Prado entre espaços e tradições. Dissertação de mestrado defendida pela USP em 2009.

Downloads

Publicado

2019-08-01

Como Citar

FERREIRA, C. J. PLURALIDADE NA RELAÇÃO COM O PASSADO EM RETRATO DO BRASIL DE PAULO PRADO. Revista de Teoria da História, Goiânia, v. 21, n. 1, p. 191–217, 2019. Disponível em: https://revistas.ufg.br/teoria/article/view/55710. Acesso em: 3 dez. 2024.