HISTÓRIA E GENEALOGIA: NOTAS SOBRE UMA HISTÓRIA GENEALÓGICA E AFIRMADORA DA VIDA NO PENSAMENTO DE NIETZSCHE

Autores

  • Raylane Marques Sousa Universidade Federal de Minas Gerais
  • Eduardo Ferreira Chagas Universidade Federal do Ceará

Palavras-chave:

Historiografia alemã, Historia Magistra Vitae, Filologia, Genealogia, Afirmação da vida

Resumo

O objetivo de nosso artigo é explorar a concepção de História de Nietzsche e suas relações com a genealogia. Em primeiro lugar, ocupar-nos-emos com a crítica de Nietzsche à historiografia alemã do século XIX e sua centralidade no pensamento do filósofo, em que a historiografia aparece não como simples atividade erudita, mas como saber a serviço da vida. Depois de nos havermos com a ideia de que Nietzsche é um opositor da historiografia alemã oitocentista, mostraremos a sua aproximação do modelo de historia magistra vitae, que enfatiza as noções de experiência e exemplaridade. Na sequência, abordaremos um argumento que estrutura todo o nosso trabalho, qual seja, o de que o movimento de Nietzsche contra a historiografia científica de seu tempo e em direção à história exemplar dos antigos proporciona como alternativa plausível o tipo de História que, em nossos próprios termos, denominamos de “genealógico e afirmador da vida”. 

Biografia do Autor

Raylane Marques Sousa, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutoranda em História pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade de Brasília (PPGHIS-UnB). Mestre em História pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Minas Gerais (PPGHIS-UFMG, 2016). Graduada em História, na modalidade licenciatura, pela Universidade Federal do Ceará (UFC, 2013). Foi bolsista do PET - Programa de Educação Tutorial (2011-2013) e do CNPq (2014-2016). É bolsista Capes (2017- ). Tem experiência e interesse de pesquisa nas áreas de Teoria e Filosofia da História, Teoria do Conhecimento e Filosofia da Ciência, História da Historiografia e História das Ideias e Intelectual, com destaque para os seguintes temas: Friedrich Nietzsche e seu contexto intelectual; história do conhecimento histórico; filosofia do conhecimento científico e da vida; teoria, história e filosofia dos conceitos; teorias e filosofias da história; história da historiografia alemã (sécs.19-20); epistemologias e temporalidades. É pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Ludwig Feuerbach (GPLF-UFC), do Grupo de Estudos Marxistas (GEM-UFC) e do Grupo de Leitura Hegel (GLH-UFC), todos cadastrados na plataforma do CNPq. Também é membro da SBTHH - Sociedade Brasileira de Teoria e História da Historiografia (desde 2013).

Eduardo Ferreira Chagas, Universidade Federal do Ceará

Possui Graduação em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará (1989), Mestrado em Filosofia pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais (1993) , Doutorado em Filosofia pela Universität Kassel (Alemanha) (2002) e Pós-Doutorado em Filosofia pela Universität Munster (Alemanha) (2018-2019). É professor efetivo (Associado 4) do Curso de Filosofia e do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal do Ceará - UFC, professor do Programa de Mestrado Profissional em Filosofia (PROF-FILO) e professor Colaborador do Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira da FACED - UFC. Atualmente, é Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq (PQ nível 2); é Editor da Revista Dialectus (http://www.revistadialectus.ufc.br/index.php/RevistaDialectus/about/editorialPolicies#sectionPolicies). E dedica suas pesquisas ao estudo da filosofia política, da filosofia de Hegel, do idealismo alemão e de seus críticos, Feuerbach, Marx, Adorno e Habermas. Outras informações acesse a homepage: www.efchagas.wordpress.com. É membro da Internationale Gesellschaft der Feuerbach-Forscher (Sociedade Internacional Feuerbach).

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(CONT.)

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Publicado

2017-12-28

Como Citar

SOUSA, R. M.; CHAGAS, E. F. HISTÓRIA E GENEALOGIA: NOTAS SOBRE UMA HISTÓRIA GENEALÓGICA E AFIRMADORA DA VIDA NO PENSAMENTO DE NIETZSCHE. Revista de Teoria da História, Goiânia, v. 18, n. 2, p. 196–216, 2017. Disponível em: https://revistas.ufg.br/teoria/article/view/50901. Acesso em: 2 maio. 2024.