Call for Papers 2-2024 • Teoria da História e História da Historiografia entre os cânones e a diferença: perspectivas contemporâneas em ensino e pesquisa
Call for Papers 2-2024 • Teoria da História e História da Historiografia entre os cânones e a diferença: perspectivas contemporâneas em ensino e pesquisa
O presente dossiê tem por objetivo receber contribuições que tematizem as complexidades do ensino e da pesquisa em Teoria da História e História da Historiografia especialmente nas universidades brasileiras e no Sul Global. Em um cenário no qual se apresenta como consolidada as discussões sobre as condições de possibilidade de emergência e sedimentação do próprio campo de Teoria da História e História da Historiografia em um sentido disciplinar hegemônico, se aprofunda a necessidade de explorar outras subjetividades, afetos e formas de experimentar e narrar história que foram marginalizadas por seu caráter disruptivo. Assim sendo, compreendemos que a consolidação disciplinar do campo de investigação em Teoria da História e História da Historiografia coexiste com a eclosão de possibilidades de articulação da historicidade não disciplinadas que favorecem a dinamização das nossas práticas de ensino e pesquisa. Partimos do entendimento de que a reprodução acrítica de discussões e autore(a)s canônico(a)s é problemática, ao mesmo tempo em que se apresenta como inescapável a interlocução entre as perspectivas e práticas de ensino e pesquisa emergentes com as lógicas que possibilitaram a conformação do campo de investigações em Teoria da História e História da Historiografia em escala global.
Nas últimas décadas, as políticas de cotas raciais e sociais têm contribuído profundamente para a democratização do acesso ao ensino superior no Brasil, o que tem provocado uma maior evidência das diversidades regionais e a intensificação de debates sobre subjetividades disruptivas, historicidades não hegemônicas, raça e performatividade de gênero. Frente a públicos diversificados em um cenário nacional com realidades regionais múltiplas e diversas, a reflexão sobre que Teoria da História e História da Historiografia ensinar e pesquisar tem se tornado cada vez mais indispensável.
Perante este desafio, em que novos referenciais teóricos e epistemológicos vêm sendo demandados, apresenta-se como premente a reflexão sobre as complexidades relativas à transmissão de autore(a)s e discussões canônicas enquanto compreendemos como incontornável a necessidade do acolhimento de novos corpos, afetos, práticas e teorias que tensionam a reprodução de formas de elaboração de conhecimento, representação e dinâmicas institucionais, cujo questionamento se intensificou nos últimos anos. Assim sendo, o presente dossiê propõe reunir contribuições que partam da perspectiva da necessidade da tensão entre as práticas e reflexões canônicas e a emergência de novas perspectivas, levando em consideração os inevitáveis imbricamentos entre as permanências e as rupturas em um sentido epistemológico, ontológico e ético-político.
Esperamos com isso colaborar para a construção de uma agenda de debates que contribua para a formação de novos profissionais de História, além de favorecer perspectivas comparadas com as realidades do ensino e da pesquisa no campo em outros países, especialmente pelo recrudescimento de embates políticos polarizados na América Latina e demais países como Estados Unidos. A possibilidade de comparação e cruzamento em escala global se torna imprescindível uma vez que o apelo por reflexões em Teoria da História e História da Historiografia abertas à diferença se constitui também enquanto resposta ao fortalecimento destas agendas políticas de extrema direita e negacionistas em âmbito mundial.
Como proposição do Grupo de Trabalho de Teoria da História e História da Historiografia da ANPUH-Brasil, esperamos congregar reflexões que abordem experiências de ensino e pesquisa que reflitam sobre discussões canônicas como temporalidade, narrativa, existência, verdade (e até que ponto podem ser inevitáveis), ao mesmo tempo em que sofrem os impactos das discussões emergentes. Estão dentro desse escopo também contribuições que explorem as dinâmicas de negociação epistemológicas, ontológicas e ético-políticas que acontecem no âmbito dos estudos em Teoria da História e História da Historiografia frente a discussões emergentes, que abordam a de(s)colonialidade, a performatividade de gênero, subjetividades disruptivas e historicidades não hegemônicas.
Data final para envio | 30 de setembro 2024 Publicação | Dezembro de 2024
Submissões via website: https://www.revistas.ufg.br/teoria/about/submissions
Organizadores
Ana Paula da Silva Santana [UFAL]
André da Silva Ramos [UEMG]
Anny Ocoró Loango [FLACSO]
Aryana Lima Costa [UERN]
Daniel Pinha [UERJ]
