Morte e vida intermitente: entre o humano e o humanismo na tanatografia polifônica de José Saramago

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5216/sig.v36.77309

Palavras-chave:

Saramago, intermitências da morte, polifonia, tanatografia

Resumo

As intermitências da morte (Saramago, 2005) é um romance-fabular que articula a relação entre realidade e fantasia. Em conjuntura dialógica viabilizada pela “delgadíssima película” (Saramago, 2016, p. 568) liminar, no plano estilístico-narrativo, a tanatografia é uma ferramenta para analisar o curso da história engendrado na matéria ficcional. Em âmbito coletivo e individual, nosso artigo analisa modos de confrontar a crise humanística ao longo da história e os escritos de Saramago que forjaram sua revisão na contemporaneidade. A escrita viral, então, descortina essa arena político-ideológica em prosa polifônica, multiplicidade, inacabamento.

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Biografia do Autor

Augusto Rodrigues Silva Junior, Universidade de Brasília (UnB), Brasília, Distrito Federal, Brasil, augustorodriguesdr@gmail.com

Professor na Universidade de Brasília. 

Marcos Eustáquio de Paula Neto, Universidade de Brasília (UnB), Brasília, Distrito Federal, Brasil, marcoseustaquio94@gmail.com

Professor na Universidade de Brasília. 

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Publicado

2024-09-10

Como Citar

SILVA JUNIOR, A. R.; PAULA NETO, M. E. de. Morte e vida intermitente: entre o humano e o humanismo na tanatografia polifônica de José Saramago. Signótica, Goiânia, v. 36, p. e77309 , 2024. DOI: 10.5216/sig.v36.77309. Disponível em: https://revistas.ufg.br/sig/article/view/77309. Acesso em: 30 dez. 2024.

Edição

Seção

Dossiê de Estudos Literários