Territórios Insurgentes

A Crise Ambiental e as Alternativas Ecossocialistas no Contexto Urbano

Resumo

O presente artigo analisa os impactos das crises ambientais nas grandes cidades brasileiras, discutindo o potencial das alternativas ecossocialistas para mitigar seus efeitos a partir de soluções urbanas sustentáveis. A pesquisa adota abordagem qualitativa e método dedutivo, com base em revisão bibliográfica e análise documental de inventários municipais e políticas públicas. Parte-se do pressuposto de que as mudanças climáticas intensificam desigualdades urbanas, afetando de forma desproporcional territórios periféricos e populações vulnerabilizadas (Acselrad, 2009; Maricato, 2011). Nesse contexto, o ecossocialismo oferece um referencial teórico-crítico que propõe a reorganização das relações entre sociedade e natureza, rompendo com a lógica produtivista do capitalismo urbano (Angus, 2016; Löwy, 2019). Práticas como hortas urbanas, redes de economia solidária e infraestruturas verdes emergem como expressões concretas de resistência socioambiental e autogestão territorial (Justo, 2020; Quinto et al., 2021). Verificou-se que políticas públicas sustentadas em justiça ambiental, participação popular e territorialização de direitos são fundamentais para o enfrentamento das crises climáticas em escala local. Conclui-se que a transição ecossocialista exige a ampliação dos mecanismos de governança democrática, a adoção de instrumentos de planejamento inclusivo e o reconhecimento do protagonismo das periferias na construção de cidades resilientes (Harvey, 2012; Swyngedouw; Kaika, 2014). Tais medidas, se articuladas a redes como C40 e ICLEI, podem viabilizar novas institucionalidades urbanas comprometidas com a sustentabilidade e a equidade.