DIA INTERNACIONAL DA MULHER NO CAMPO BRASILEIRO: NOVAS FORMAS DE PROTESTO POLÍTICO E DE RESISTÊNCIA
DOI:
https://doi.org/10.5216/rfd.v38i01.33895Palavras-chave:
Mulheres, feminismo, Via Campesina, movimentos sociais, deserto verde, BrasilResumo
Este artigo analisa as novas formas de protesto político e de resistência realizadas por mulheres camponesas brasileiras durante a celebração do Dia Internacional da Mulher. Desde 2006, as mulheres brasileiras da Via Campesina (movimento internacional de organizações camponesas) têm realizado ações radicais, a fim de reivindicar o dia 8 de março como o dia internacional de luta das mulheres trabalhadoras e questionar o modelo político, cultural e econômico de desenvolvimento. Seus esforços para quebrar o silêncio referente ao impacto social e ambiental da expansão do chamado “deserto verde”, criado pela monocultura do eucalipto das grandes indústrias de papel do Brasil fornecem um caso notável de agência subversiva das mulheres. Baseado no documentário Rompendo o Silêncio, produzido pela Via Campesina para registrar a ação feita por 2.000 mulheres no Dia Internacional da Mulher em 2006, bem como entrevistas com as mulheres das organizações que contribuíram para o evento, este estudo argumenta que a ação radical das mulheres camponesas fornece novas percepções para a análise do feminismo na América Latina e no mundo. Há também a demonstração de que através das ações radicais e coletivas que desafiam as tradicionais formas de participação e os papéis de gênero, as mulheres camponesas tornaram-se uma das principais forças dentro do atual movimento camponês que reivindica o desenvolvimento de uma agricultura agroecológica e sustentável no Brasil.Downloads
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