Por que documentar e descrever línguas? A importância desses estudos para revitalização e fortalecimento de línguas indígenas brasileiras

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5216/racs.v6.67284

Palavras-chave:

Documentação & Descrição. Revitalização. Línguas Indígenas.

Resumo

Os estudos de documentação e descrição linguística são dois passos importantes para o fortalecimento, manutenção, preservação e revitalização de línguas, principalmente, daquelas que estão em ameaça, como é o caso de muitas línguas indígenas brasileiras. A tarefa de registrar uma língua compromete duas atividades básicas que se relacionam entre si, mas que têm objetivos diferentes: a documentação e a descrição linguística. O artigo apresenta algumas reflexões acerca da importância dos estudos de documentação e descrição para o fortalecimento e revitalização de línguas ameaçadas. São apresentados e discutidos exemplos de ações de valorização e revitalização de quatro línguas indígenas brasileiras (Kaingang, Nhandewa-Guarani, Xokleng/Laklãnõ e Krenak) com o objetivo de promover a valorização linguística e cultural dessas línguas, além de reafirmar a importância desses estudos para o conhecimento científico e de fenômenos linguísticos de línguas indígenas brasileiras.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AUSTIN, Peter. Current Issues in languages documentation. Language Documentation and Descripition, Londres: SOS, v. 7, p.12-33, 2010.

AUSTIN, Peter; SALLABANK, Julia. Language endangerment. Cambridge University Press, New York, 2011, 581 p.

CRYSTAL, David. A revolução da linguagem. Tradução Ricardo Quintana. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores, 2005.

D’ANGELIS, Wilmar da Rocha. Kaingáng: questões de língua e identidade. (1996). Liames: Línguas Indígenas Americanas, v. 2, Campinas: IEL-Unicamp, p. 105-128, 2002.

______. Quando os falantes nativos são os professores, os professores são pesquisadores, e os linguistas são parceiros. Signo y Seña, v. 29, Buenos Aires: Facultad de Filosofia y Letras (UBA), p. 63-77, 2016.

______. Línguas Indígenas no Brasil: quantas eram? Quantas são? Quantas serão? Revitalização de Línguas Indígenas: como fazemos. Campinas-SP: Curt Nimuendajú: Kamauri, 2019, p.13-27.

DRUDE, Sebastian. Documentação Linguística: O Formato de Anotações de Textos. Estudos Linguísticos, XXXV, p.27-51, 2006.

FERREIRA DA COSTA, Francisco Vanderlei. Revitalização e ensino de língua indígena: interação entre sociedade e gramática. Tese (Doutorado em Ciências e Letras) – UNESP, Araraquara (SP), 2013.

FRANCHETTO, Bruna; MAIA, Marcus. Educação e Revitalização linguísticas. (2017). Revista LinguíStica: Revista do Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade Federal do Rio de Janeiro, v. 13, Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, p. 1-10.

GALUCIO, Ana Vilacy; MOORE, Denny; VOORT, van der Hien. O patrimônio linguístico do Brasil: novas perspectivas e abordagens no planejamento e gestão de uma política da diversidade linguística. Revista patrimônio histórico e artístico nacional, IPHAN, n. 38, 2018, p.195-218.

HALL Jr., Robert A. The life-cycle of pidgin languages. Lingua, 78, 1962, p. 152-155.

HIMMELMANN, Nikolaus P. Documentary and descriptive linguistics. Linguistics. 1998, 36:161-95.

______. Language Documentation: What is it and what is it good for? In: GIPPERT, Jin; HIMMELMAN, Nikolaus; MOSEL, Ulrike (Org.). Essentials of Languages Documentation. Berlim: Mouton de Gruyter, 2006, 437 p.

HORST, Cristiane; KRUG, Marcelo Jacó; FORNARA, Ana Elizabeth. Estratégias de manutenção e revitalização linguística no oeste catarinense. Organon: Revista do Instituto de Letras da UFGRS, v. 32, Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, p. 1-16, 2017.

MOORE, Denny, GALUCIO, Ana Vilacy, GABAS JUNIOR, N. Desafio de documentar e preservar línguas. Scientific American Brasil. v.3, p. 36 - 43, 2008. Edição Especial.

MOORE, Denny; GALUCIO, Ana Vilacy. Perspectives for the documentation of indigenous language in Brazil. In: Gabriela Pérez Báez; Chris Rogers; Jorge Emilio Rosés Labrada (Org.). Language Documentation and Revitalization in Latin American Contexts. 1 ed. Berlin: De Gruyter, v. 295, p. 29-58, 2016.

MENESES, Guilherme Pinho. Saberes em jogo: a criação do videogame Huni Kuin: Yube Baitana. GIS: Gesto, Imagem e Som, v. 2, São Paulo: Universidade Estadual de São Paulo, p. 83-110, 2017.

MOSELEY, Christopher (ed.). Atlas of the World’s Languages in Danger, 3rd edn. Paris, 2010. UNESCO Publishing. Online version: http://www.unesco.org/culture/en/endangeredlanguages/atlas.

RODRIGUES, Aryon. Línguas Indígenas: para o conhecimento das línguas indígenas. São Paulo: Loyola, 1986.

______. Línguas indígenas: 500 anos de descobertas e perdas. D.E.L.T.A., v. 9, n.1, p. 83-103, 1993.

______. Sobre as Línguas Indígenas e sua pesquisa no Brasil. Linguas do Brasil/Artigos, p.35-38, 2005.

RODRIGUES, Ulisdete Rodrigues de Souza. Elementos para a compreensão de Línguas Crioulas e Pidgins: conceitos e hipóteses. Abe África: revista da associação brasileira de estudos africanos, v.02, n.02, p. 43 – 59, 2019.

SCHULTZE-BERNDT, Eva. Language Documentation. Syntax-theory and analysis. An international handbook. ed. / Tibor Kiss; Artemis Alexiadou, v. 3, Berlin: de Gruyter, Walter GmbH & Co, 2015. p. 2063-2094.

SEKI, Lucy. Línguas Indígenas do Brasil no Limiar do século XXI. Impulso, Piracicaba, v. 12, n. 27, p. 157-170, 2000.

WOODBURY, A. C. Language Documentation. In: AUSTIN, P. K.; SALLABANK, J. (Org.). Language documentation and archiving. New York: Cambridge University Press, 2011. p. 159-186. DOI https://doi.org/10.1017/cbo9780511975981.009.

Downloads

Publicado

2021-06-01

Como Citar

TOLEDO, B. F.; MIRANDA, C. C. . Por que documentar e descrever línguas? A importância desses estudos para revitalização e fortalecimento de línguas indígenas brasileiras. Articulando e Construindo Saberes, Goiânia, v. 6, 2021. DOI: 10.5216/racs.v6.67284. Disponível em: https://revistas.ufg.br/racs/article/view/67284. Acesso em: 10 nov. 2024.