A INTERCULTURALIDADE COMO FERRAMENTA PARA DESCOLONIZAR A EDUCAÇÃO – REFLEXÕES A PARTIR DA AÇÃO ‘SABERES INDÍGENAS NA ESCOLA’
DOI:
https://doi.org/10.5216/racs.v2i1.48996Resumo
RESUMO
A partir de nossa experiência com professores indígenas na educação
superior em Mato Grosso do Sul, especialmente, nos últimos anos, com
a formação continuada, através da Ação ‘Saberes Indígenas na Escola’,
assim como também de uma aproximação ao pensamento pós-colonial,
o presente texto objetiva contribuir para o debate no que se refere à
problematização do poder, da racionalidade eurocêntrica nos efeitos de
verdade e validade do saber ocidental, analisando se esta interfere na
educação indígena, na perspectiva de se construir propostas de formação
intercultural de professores indígenas, como também, na construção de uma pedagogia no sentido de pedagogizar a diferença. Analisamos sob a ótica da interculturalidade, a política de formação continuada dos professores indígenas, entendida aqui como uma educação diferenciada direcionada a esses professores, como parte de um projeto estatal de formação para a autonomia e a cidadania. A perspectiva pós-colonial permite-nos reforçar a importância de análises que conjuguem os aspectos da dominação e da resistência. Abordamos a perspectiva crítica da interculturalidade na educação indígena que considera as identidades culturais de cada povo como possibilidade de deslocamento epistêmico em sua formação. O trabalho tem como fio condutor o conceito da interculturalidade, e destaca autores que dão sustentação teórica a este caminho investigativo: Walsh (2009), Fleuri (2003), Mato (2009), Bhabha (2003) entre outros. Adotou-se como procedimento técnico-metodológico para este caminho investigativo a revisão bibliográfica, assim como a possibilidade de privilegiar entrevistas com professores indígenas, trazendo algumas inquietações desses sujeitos formados pelo programa de educação intercultural e a Ação ‘Saberes Indígenas na Escola’. Este estudo procura demonstrar o aspecto complexo e ambivalente da construção de uma educação intercultural em MS, indicando como as relações de poder, saber, ser são indicativos da produtividade no campo educacional. Apontamos a interculturalidade como possibilidade de relações menos assimétricas na educação, como uma possibilidade de descolonização epistêmica em busca de uma forma de ser, viver e saber outra, o que indica uma flexibilização epistêmica, possibilitando estratégias políticas pedagógicas outras. Assim propomos uma formação intercultural em todos espaços tempos como possibilidade de se respeitar as diferenças e alteridade.
Palavras-chave: Interculturalidade. Educação indígena. Formação.
Saberes indígenas.
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