O prefácio de Jean-Paul Sartre a Os condenados da terra
manifesto pela liberdade
DOI:
https://doi.org/10.5216/phi.v30i2.84002Palavras-chave:
Sartre, Fanon, violência colonial, crítica ao humanismo europeu, liberdade em situação.Resumo
O prefácio de Sartre para Os condenados da terra, de Frantz Fanon, revela a posição estratégica do filósofo ao dirigir-se ao público europeu, distinto do destinatário do livro, os colonizados. Sartre confronta os leitores europeus com sua cumplicidade na opressão colonial e enfatiza o reconhecimento como condição para a humanidade do outro. A obra situa-se no contexto da Guerra da Argélia, expondo a violência colonial como elemento estruturante das relações entre dominador e dominado, e como força histórica capaz de transformar indivíduos e sociedades. Sartre e Fanon convergem na compreensão da violência como produto da opressão e instrumento de emancipação, embora divergindo quanto à forma e à justificativa ética de seu uso. Além disso, Sartre critica o humanismo europeu limitado à moralidade abstrata, incapaz de enfrentar as condições concretas da exploração colonial. A reflexão sartriana articula filosofia e história, mostrando que a luta anticolonial é ao mesmo tempo política e crítica do humanismo que legitimou a dominação. Por fim, o prefácio mantém relevância atual, pois evidencia como o racismo e a violência estruturam relações sociais e políticas, demonstrando que a liberdade e a humanidade exigem confrontar concretamente os mecanismos de opressão e desumanização.
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