POTENCIAL DE SECAGEM DE GRÃOS COM AR NATURAL EM BOTUCATU (SP): COMPARAÇÃO ENTRE ARROZ, FEIJÃO, MILHO, SOJA E SORGO

Resumo

A secagem de grãos com ar ambiente é um processo dependente das condições climáticas locais, representadas pelos parâmetros básicos temperatura de bulbo seco e umidade relativa. Para avaliar o potencial de secagem de grãos com ar natural em Botucatu (SP) foi montado um programa que simula as condições de equilíbrio entre o ar ambiente aquecido de 10C e o grão, supondo-se um sistema de secagem por convecção forçada, sendo empregados como dados de entrada os registros climáticos horários de março a junho de 1971. A simulação das condições de equilíbrio durante a secagem contínua indicou a impossibilidade de reduzir o teor de umidade da soja, milho, sorgo e feijão aos níveis adequados ao armazenamento seguro durante 1 ano; outrossim, foi demonstrada a possibilidade de viabilização do processo para o arroz, com restrições em alguns períodos ao longo do quadrimestre analisado. Na simulação das condições previstas para a secagem seletiva, houve indicação de que o teor de umidade pode ser reduzido aos níveis compatíveis com o armazenamento seguro em turnos superiores a 13 horas diárias para o arroz, entre 11 e 13 horas para a soja, podendo superar as 13 horas em períodos menos restritivos, e não superiores a 11 horas diárias para o milho com a impossibilidade de realização do processo nos períodos mais restritivos; os resultados sugerem que mesmo a convecção forçada intermitente nos turnos mais favoráveis à secagem nas condições climáticas analisadas não permite a redução do teor de umidade do sorgo e do feijão a níveis aceitáveis. Médias da umidade relativa do ar ambiente aquecido de 1°C superiores a 71%, 68% e 61% não permitiram atingir o teor de umidade de equilíbrio desejável para o arroz, soja e milho, respectivamente.

PALAVRAS-CHAVE: Secagem; ar ambiente; arroz; feijão; milho; soja; sorgo; teor de umidade de equilíbrio.