A literatura oitocentista, seus objetos, produtos e nomes derivados
DOI:
https://doi.org/10.5216/hr.v29i2.80183Palavras-chave:
Literatura oitocentista, produtos derivados, nomes derivadosResumo
Propomos neste artigo lançar um duplo olhar sobre a literatura oitocentista francesa e sua relação com o Brasil. Com Caraion (2020), vemos, num primeiro momento, como o romance realista, numa sociedade pós-revolucionária em mutação, sob a égide da Civilização do Jornal (Kalifa et alii, 2011), traz para o primeiro plano os objetos, ora para caracterizar o meio e os personagens, ora de maneira mais singular e intrínseca. Num segundo momento, indicamos, por meio da imprensa brasileira do período, um fenômeno de derivação de produtos e nomes oriundos da literatura e de seu universo, sinalizando a importância desta, capaz de se desprender de seus suportes habituais para se incorporar à vida cotidiana dos indivíduos como elemento de integração cultural.
Downloads
Referências
ABREU, Márcia. Uma comunidade letrada transnacional In: ABREU, Márcia; DEAECTO, Marisa Midori (org.). A circulação transatlântica dos impressos. Conexões. Campinas/SP: UNICAMP/IEL/Setor de Publicações, 2014, p. 93-103. https://issuu.com/marciaabreu/docs/circulacao_transatlantica_dos_impre.
ABREU, Márcia. Au-delà des textes: présence de la littérature dans la vie sociale brésilienne au XIXe siècle. Brésils: [s.n.], 2019a. Disponível: http://journals.openedition.org/bresils/4763,
ABREU, Márcia. Literatura sem texto: presença social da literatura no Brasil oitocentista. Revista Letras, Curitiba, UFPR, n. 100, p. 91-111, jul./dez. 2019b. DOI: http://dx.doi.org/10.5380/rel.v100i0.68866.
ASSIS, Machado de. Aleluia! Aleluia! In: História de quinze dias, história de trinta dias: crônicas de Machado de Assis, Manassés. Organização de Silvia Azevedo. São Paulo: Editora da Unesp, 2011.
AUERBACH, Erich. Mimesis; a representação da realidade na literatura ocidental. Ed. revista e aumentada. Trad. George Bernand Sperber e equipe da Perspectiva. Introdução de Edward W. Said; apresentação de Manuel da Costa Pinto. São Paulo: Perspectiva, 2021 [1946].
BALZAC, Honoré de. Le Père Goriot. In: La Comédie humaine, T. 1. Édition présentée par Pierre Dufief et Anne-Simone Dufief. Paris: Omnibus, 2011.
BOURDIEU, Pierre. Les Règles de l’art. Genèse et structure du champ littéraire. Paris: Seuil, 1992.
CARAION, Marta. Comment la littérature pense les objets. Ceyzérieu: Champ Vallon, 2020.
CATHARINA, Pedro Paulo Garcia Ferreira. Da literatura ao cinema: a estética naturalista francesa na cultura brasileira oitocentista. Revista Gragoatá, Niterói: UFF, v. 20, n. 39, p. 409-429, 2015. https://periodicos.uff.br/gragoata/article/view/33357.
CATHARINA, Pedro Paulo Garcia Ferreira. Circulation and Permanence of French Naturalist Literature in Brazil. Excavatio. Universidade de Alberta, v. XXVII, p. 1-21, 2016. http://aizen.zolanaturalismassoc.org/excavatio/articles/v27/PedroPauloGARCIAFERREIRACATHARINA.pdf.
CATHARINA, Pedro Paulo Garcia Ferreira. Émile Zola, literatura, celebridade e objetos derivados no Brasil oitocentista. REVELL: Revista de Estudos Literários da UEMS, Campo Grande: UEMS, v. 1, p. 160-183, 2019.
COMPÈRE, Daniel. Dictionnaire du roman populaire francophone. Préface de Pascal Ory. Paris: Nouveau Monde, 2007.
FLAUBERT, Gustave. Madame Bovary; mœurs de province. Paris: Louis Conard, 2010.
GUELLEC, Laurence. Le Diable de la réclame. La littérature française du XIXe siècle au risque de la publicité. Genève: Droz, 2024.
GUELLEC, Laurence; BOUCHARENG Myriam. Portraits de l’écrivain en publicitaire. Rennes: Presses universitaires de Rennes, 2018.
HAMON, Philippe. Du Descriptif. Paris: Hachette, 1993.
HOBSBAWN, Eric. A era das revoluções: 1789-1848. Trad. Maria Tereza Lopes Teixeira e Marcos Penchel. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1977.
HOBSBAWN, Eric. A era do capital: 1848-1875. Trad. Luciano Costa Neto. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1979.
HOBSBAWN, Eric. A era dos impérios: 1875-1914. Trad. Sieni Maria Campos e Yolanda Steidel de Toledo. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1988.
JURT, Joseph. “Bien écrire le medíocre”: la vie quotidienne comme défi esthétique pour le roman français du XIXe siècle. In: ALBIZU, Cristina et alii (éd.). Alltag – Quotidien - Quotidiano - Cotidiano. Actes - Atti - Actas, III Dies Romanicus Turicensis. Aachen: Shaker Verlag, p. 41-65, 2009.
KALIFA, Dominique. La Culture de masse en France 1: 1860-1930. Paris: La Découverte, 2001.
KALIFA, Dominique; RÉGNIER, Philippe; THÉRENTY, Marie-Ève; VAILLANT, Alain (dir.). La Civilisation du journal; histoire culturelle et littéraire de la presse française au XIXe siècle. Paris: Nouveau Monde, 2011.
LARROUX, Guy. Le Récit plantigrade (sur Madame Bovary). Flaubert, Revue critique et génétique, n. 17, “Microlectures (II)”, s. p., 2017. Disponível em: https://doi.org/10.4000/flaubert.2701.
LILTI, Antoine. A invenção da celebridade (1750-1850). Trad. Raquel Campos. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018 [2014].
MEYER, Marlize. Folhetim: uma história. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
MOUTA, Victória Lobianco Vilela e. Do folhetim às páginas policiais: crimes à Arsène Lupin no Brasil da Belle Époque. 2023. 36 f. Monografia (Licenciatura em Letras) – Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2023. Disponível em: https://pantheon.ufrj.br/handle/11422/23367.
NEEDELL, Jeffrey D. Belle Époque tropical: sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do século. Tradução Celso Nogueira. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
OLIVERO, Isabelle. L’Invention de la collection. Paris: IMEC-Éditions de la Maison des sciences de l’homme, 1999.
PINKER, Roy [pseud. de Pierre-Carl Langlais, Julien Schuh et Marie-Ève Thérenty]. Fake news & viralité avant Internet. Paris: CNRS Éditions, 2020.
REVERZY, Éléonore. A lista: do jornal ao romance e do romance ao jornal (Trad. Zadig Mariano Figueira Gama). In: MELLO, Celina Maria Moreira de; CATHARINA, Pedro Paulo Garcia Ferreira. Metodologia e transdisciplinaridade nos Estudos Literários. Rio de Janeiro: 7Letras, 2022, p. 149-169. Coleção Novos Estudos Neolatinos; 2.
SAINTE-BEUVE, Charles-Augustin. De la littérature industrielle. Revue des Deux Mondes, Paris, T. 19, p. 675-691, 1º set. 1839.
SANTOS, Rose Rocha dos. A obra de Georges Ohnet em folhetins brasileiros. 2021. 31 f. Monografia (Licenciatura em Letras) – Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2021. Disponível em: https://pantheon.ufrj.br/handle/11422/15421.
SANTOS, Rose Rocha dos; CATHARINA, Pedro Paulo Garcia Ferreira. O Teatro de Georges Ohnet: drama realista ou melodrama de costumes? In: NOGUEIRA-PRETTI, Luciana Persice (org.). Literaturas Francófonas VII: debates interdisciplinares e comparatistas. Rio de Janeiro: Dialogarts, 2023, p. 440-465.
SAPIRO, Gisèle (dir.). Dictionnaire international Bourdieu. Paris: CNRS Éditions, 2020.
SCHAPOCHNIK, Nelson. Edição, recepção e mobilidade do romance Les Mystères de Paris no Brasil oitocentista. Varia Historia. Belo Horizonte, v. 26, n. 44, p. 591-617, jul/dez 2010.
SEILLAN, Jean-Marie. Le Roman idéaliste dans le second XIXe siècle: littérature ou “Bouillon de veau”? Paris: Classique Garnier, 2011.
STENDHAL. Le Rouge et le Noir; chronique de 1830. Paris: Michel Lévy frères, 1854.
THÉRENTY, Marie-Ève. Mysterymania. Essor et limites de la globalisation culturelle au XIXe siècle. Romantisme, n. 160, v. 2, p. 53-64, 2013.
THÉRENTY, Marie-Ève; WRONA, Adeline (dir.). Objets insignes, objets infâmes de la littérature. Paris: Éditions des archives contemporaines, 2018.
THÉRENTY, Marie-Ève ; WRONA, Adeline (dir.). L’Écrivain comme marque. Paris: Sorbonne Université Presse, 2020.
VIVERO GARCÍA, María Dolores. La Pièce (dé)montée. Étude sémantique d’une description de Madame Bovary. Poétique, n. 146, v. 2, p. 157-164, 2006.
Downloads
Publicado
Versões
- 2025-04-15 (2)
- 2025-04-07 (1)
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 História Revista

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Declaração de Direito Autoral
Concedo à História Revista o direito de primeira publicação da versão revisada do meu artigo, licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Afirmo ainda que meu artigo não está sendo submetido a outra publicação e não foi publicado na íntegra em outro periódico, assumindo total responsabilidade por sua originalidade, podendo incidir sobre mim eventuais encargos decorrentes de reivindicação, por parte de terceiros, em relação à autoria do mesmo.