Em busca dos pedreiros de Mafra
para a composição do romance Memorial do Convento
DOI:
https://doi.org/10.5216/hr.v29i2.80075Palavras-chave:
Materiais preparatórios de Memórial do Convento, História do convento de Mafra, Fontes religiosasResumo
Mesmo sem obter sucesso em sua busca documental, José Saramago não deixou de colher registros sobre as más condições e as possíveis greves organizadas entres os pedreiros do convento de Mafra, encontrando tais informações de forma mais generalizada nos textos de outras ordens religiosas da época, que expressavam seus ressentimentos por causa do magnífico edifício de que iam passar a gozar os franciscanos e, por isso, não escondiam suas mais severas críticas a sua construção. Uma das fontes que mais impressionou José Saramago enquanto preparava Memorial do Convento em 1981, foi a célebre carta do abade de Tibães, da Ordem de São Bento, na qual o clérigo afirma ter se recusado a assistir à sagração da basílica ao ser convidado para tal. Foi na carta desse abade beneditino e na de outros clérigos que Saramago pôde, enfim, saber minimamente sobre as atrocidades cometidas contra os trabalhadores que forçadamente participaram da construção desse convento, satisfazendo, assim, a vontade do rei D. João V.
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