Justificativa e entraves de uma candidatura oposicionista na Primeira República brasileira
a campanha de Luís Napoleão Lopes a deputado federal pelo Paraná em 1924
DOI:
https://doi.org/10.5216/hr.v29i2.79629Palavras-chave:
Eleições, Oposições estaduais, Primeira República brasileiraResumo
Neste artigo analisa-se o teor das críticas e propostas políticas apresentadas pelo advogado Luís Napoleão Lopes (1885-1959) no contexto de sua campanha a deputado federal pelo Estado do Paraná em 1924. O objetivo deste trabalho é avançar no entendimento da ação eleitoral e das ideias dos políticos que, ao tempo da Primeira República brasileira, combateram os partidos situacionistas. Há três argumentos fundamentados neste artigo. Primeiro, demonstra-se que Lopes não contou com o apoio dos líderes históricos da oposição estadual. A recusa desses líderes em apoiar personagens emergentes da oposição e o fato de eles não enfrentarem permanentemente os governistas foram elementos da crítica que Lopes teceu aos adversários da situação. Segundo, convém mencionar que, para o referido postulante, os governistas impediam que existisse no país uma representação parlamentar verdadeira, visto que pleiteavam a totalidade das vagas para os cargos legislativos. Terceiro, Lopes argumentou que cabia aos poderes públicos dedicar atenção aos problemas da miséria e do desemprego, bem como efetuar maior regulação sobre as atividades empresariais.
Downloads
Referências
ALVES, Alessandro Cavassin. A Província do Paraná: a classe política, a parentela no Governo (1853-1889). Tese (Doutorado em Sociologia). Setor de Ciências Humanas, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2014.
ARRUDA, Larissa Vacari Rodrigues de. Disputas oligárquicas: as práticas políticas das elites mato-grossenses (1892-1906). São Carlos: Ed. UFSCar, 2015.
BRASIL. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil, de 24 de fevereiro de 1891. Disponível no seguinte sítio eletrônico: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/consti/1824-1899/constituicao-35081-24-fevereiro-1891-532699-publicacaooriginal-15017-pl.html>
BRITO, Jonas. Um Ás na mesa do jogo: a Bahia na história política da I República. Salvador: Ed. UFBA, 2019.
DAL FORNO, Rodrigo. “Como se em política fosse possível agir sem manha, sem o senso de oportunidade”: o processo de formação e atuação do Partido Libertador e suas lideranças no Brasil republicano (1922-1933). Tese de doutoramento, Porto Alegre, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2020.
FERREIRA, Marieta de Moraes. A Reação Republicana e a crise política nos anos 1920. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 6, n. 11, p. 9-23, 1993.
_____. Em busca da Idade de Ouro: as elites políticas fluminenses na Primeira República (1889-1930). Rio de Janeiro: Editora da Universidade Federal do Rio de Janeiro/Edições Tempo Brasileiro, 1994.
FIGUEIREDO, Vítor Fonseca. Voto e competição política na Primeira República: o caso de Minas Gerais (1889-1930). Curitiba: Editora CRV, 2017.
GOULART, Mônica Helena Harrich Silva. A dança das cadeiras: análise do jogo político na Assembleia do Paraná (1889-1930). Jundiaí: Paco Editorial, 2014.
GRANATO, Natália Cristina. O Partido Democrático Paranaense: um estudo sobre os capitais familiares e sociais de seus dirigentes. Revista do Núcleo de Estudos Paranaenses, Curitiba, v. 4, n. 1, p. 36-55, 2018.
_____. O processo da Revolução de 1930 no Paraná: atores políticos e dissidências oligárquicas. Tese (Doutorado em Sociologia) – Setor de Ciências Humanas, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2021.
GUIMARÃES, Manuel de Alencar. Política do Paraná. Curitiba: s/e., 1915.
MACIEL, Ottoni Ferreira. Bastidores políticos. Curitiba: s/e, 1925.
MARTINS, Romário. História do Paraná. Curitiba: Prefeitura Municipal de Curitiba, 1995.
NEGRÃO, Francisco. Genealogia paranaense. Vol. 1. Curitiba: Imprensa Oficial do Paraná, 2004.
OLIVEIRA, Ricardo Costa de. O silêncio dos vencedores: genealogia, classe dominante e Estado do Paraná (1853-1930). Curitiba: Moinho do Verbo, 2001.
PRADO, Maria Lígia Coelho. A democracia ilustrada: o Partido Democrático de São Paulo (1926-1934). São Paulo: Ática, 1986.
PRESTES, Anita Leocádia. Os militares e a Reação Republicana: as origens do tenentismo. Petrópolis: Vozes, 1994.
RIBEIRO, PaulaPaz. “A terceira estrela da federação”: a bancada gaúcha no contexto político eleitoral dos anos 1920 a 1924. Tese (Doutorado em História) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2019.
RICCI, Paolo; ZULINI, Jaqueline. Partidos, competição política e fraude eleitoral: a tônica das eleições na Primeira República. Dados, Rio de Janeiro, v. 57, n. 2, 2014, p. 443-479.
SÁ PINTO, Surama Conde. A correspondência de Nilo Peçanha e a dinâmica na Primeira República. Rio de Janeiro: Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro, 1998.
SACCOL, Tassiana. De líderes históricos a opositores: as dissidências republicanas e o jogo político regional (Rio Grande do Sul, 1890-1907). Tese (Doutorado em História) – Escola de Humanidades, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2018.
SÊGA, Rafael Augustus. Tempos belicosos: a Revolução Federalista e a rearticulação da vida político-administrativa do estado (1889-1907). Curitiba: Aos Quatro Ventos, 2005.
VANALI, Ana Christina. “Ao povo paranaense”: a vida do cidadão Manuel Corrêa de Freitas. Tese (Doutorado em Sociologia) – Setor de Ciências Humanas, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2017.
ZULINI, Jaqueline Porto. Modos do bom governo na Primeira República brasileira: o papel do Parlamento no regime de 1889-1930. Tese (Doutorado em Ciência Política). Universidade de São Paulo. São Paulo, 2016.
Downloads
Publicado
Versões
- 2025-04-15 (2)
- 2025-04-07 (1)
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 História Revista

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Declaração de Direito Autoral
Concedo à História Revista o direito de primeira publicação da versão revisada do meu artigo, licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Afirmo ainda que meu artigo não está sendo submetido a outra publicação e não foi publicado na íntegra em outro periódico, assumindo total responsabilidade por sua originalidade, podendo incidir sobre mim eventuais encargos decorrentes de reivindicação, por parte de terceiros, em relação à autoria do mesmo.