O movimento LGBTQI+ no Brasil e as negociações sobre a visibilidade das homossexualidades na emergência da Aids

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5216/hr.v27i3.72122

Palavras-chave:

Assumir, Epidemia de Aids, Constituição de 1988

Resumo

A análise dos discursos sobre a visibilidade das homossexualidades que circularam no âmbito do movimento LGBTQI+ brasileiro durante a emergência da epidemia de Aids constitui o escopo do presente artigo. Esta questão, ainda não contemplada na literatura da área, foi fundamental na tentativa de inserção da não discriminação por orientação sexual na Constituição de 1988 e na composição da militância homossexual nos anos 1990. Para a pesquisa, foram consultadas as fontes do acervo do grupo Triângulo Rosa (1985-1988) e do jornal Nós Por Exemplo (1991-1995).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Paulo Souto Maior, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Rio Grande do Norte, Brasil, paulosoutom@gmail.com

É professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Cursou  doutorado em História na Universidade Federal de Santa Catarina. É professor colaborador no Mestrado Profissional em Ensino de História da Universidade Federal da Paraíba. Interesse de pesquisa em sexualidades dissidentes, masculinidades e na relação ensino de História e relações de gênero e sexualidade.

Referências

ALTMAN, Dennis Patkin. Homossexual, oppression and liberation. New York: New York University Press, 1993.

BIANCARELLI, Aureliano. Doença em foco: As reportagens sobre AIDS publicadas pela Folha de São Paulo. Revista USP, n. 33, p. 137-147, 1997.

CÂMARA, Cristina. Cidadania e orientação sexual: a trajetória do grupo Triângulo Rosa. Rio de Janeiro: Academia Avançada, 2002.

CARRARA, Sérgio. O movimento LGBTI no Brasil, reflexões prospectivas. RECIIS – Revista Eletrônica de Comunicação, Informação & Inovação em Saúde, Rio de Janeiro, v. 13, p. 450-456, 2019.

CARVALHO, Bernardo. Queer Power: a facção radical do movimento gay cresce nos EUA e prega ação política contra a homofobia. Folha de São Paulo. Caderno Mais. São Paulo, p. 4-6, 14 jun. 1992.

CASTRO, Paulo César. A enunciação midiática da sexualidade a partir da Aids: os discursos de Veja e IstoÉ nas décadas de 1980 e 1990. 2005. In: XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, Rio de Janeiro, 2005.

DELGADO, Lucília de Almeida Neves. Diretas Já: vozes da cidades. In: FERREIRA, Jorge; REIS, Daniel Aarão (Orgs.). As Esquerdas no Brasil: Revolução Democrática – 1964... v. 3, 1. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007. p. 409-428.

FACCHINI, Regina; SIMÕES, Júlio. Na trilha do arco-íris: do movimento homossexual ao LGBT. São Paulo: Perseu Abramo, 2009.

FATAL, Paulo. Invicta. Rio de Janeiro: Espaço e tempo, 1988. p. 42.

FATAL, Paulo. Os gueis e a constituinte. Triângulo Rosa. Rio de Janeiro, s/a, p. 5.

FAUSTO NETO, Antônio. Comunicação e Mídia Impressa: Estudos sobre a AIDS. São Paulo: Hacker, 1999.

FERREIRA, Mauro. Grupos que trabalham Pela Vida. Nós Por Exemplo, n. 2, p. 9, 1992.

GALVÃO, Jane Lúcia F. AIDS e Imprensa: Um Estudo de Antropologia Social. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Programa de Pós-graduação em Antropologia Social, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

GORDILHO, Nelson Sergio. Você e a lei. Nós Por Exemplo, Rio de Janeiro, n. 6, p. 15, jan. 1993.

HOWER, Robert. João Antônio Mascarenhas (1927-1998): Pioneiro do ativismo homossexual no Brasil. Cadernos AEL, Campinas, v. 10, n. 18/19, p. 303, 2003.

JORNAL MARILYN MONROE. O movimento homossexual no Brasil hoje. Jornal Marilyn Monroe: Informação, prazer, cultura, lazer. São Paulo, n. 1, p. 3, março 1986.

JORNAL MARILYN MONROE. Homossexuais querem eleger constituintes. Jornal Marilyn Monroe: Informação, prazer, cultura, lazer. São Paulo, n. 2, p. 14, abril 1986.

MACRAE, Edward. A construção da igualdade: Identidade sexual e Política no Brasil da “abertura”. Campinas: Editora da UNICAMP, 1990.

MASCARENHAS, João Antônio. Assumir-se? Por quê? Lampião da Esquina, Rio de Janeiro, p. 2, junho 1978.

______________. Constituinte em etapas. Triângulo Rosa, nº7. Rio de Janeiro, 1987, p. 1.

______________. Triângulo Rosa. Nós Por Exemplo. Rio de Janeiro, n. 4, p. 6, 1992.

______________. Entre nós. Nós Por Exemplo, n. 3, p. 6, 1992.

MOTT, Luiz. Mário de Andrade e o amor que não ousava dizer o seu nome. Nós Por Exemplo, n. 11, p. 12, nov./dez. 1993.

MOTT, Luiz. Em defesa do ser homossexual. Nós Por Exemplo, Rio de Janeiro, n. 15, p. 7, jul./ago. 1994.

NÓS POR EXEMPLO. Editorial. Nós Por Exemplo. Rio de Janeiro, n. 4, 1992.

NÓS POR EXEMPLO. Parada das máscaras. Nós Por Exemplo, Rio de Janeiro, n. 5, 1993.

NÓS POR EXEMPLO. Rio de Janeiro, n. 6, p. 9, jan. 1993.

OLIVEIRA, Sylvio. I Passeata Gay do Rio de Janeiro. Nós Por Exemplo, Rio de Janeiro, n. 7, p. 13, mar. 1993.

RODRIGUES, Jorge Caê; VICTORIO FILHO, Aldo. Posfácio: Alguns anos depois. In: RODRIGUES, Jorge Caê. Impressões de identidade: um olhar sobre a imprensa gay no Brasil. Nitéroi: EdUFF, 2010.

RUBIN, Gayle. Pensando o sexo: notas para uma teoria radical da política da sexualidade. In.: ________. Políticas do sexo. São Paulo: Ubu editora, 2017.

SILVA, Cláudio Roberto da. Reinventando o sonho: história oral de vida política e homossexualidade no Brasil contemporâneo. 1998. Dissertação (Mestrado em História Social) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo.

SOARES, Alexandre S. Ferrari. A homossexualidade e a AIDS no imaginário de revistas semanais (1985-1990). Fragmentum, UFSM, v. 29, p. 11-20, 2011.

SOLIVA, Thiago Barcelos. A confraria gay: um estudo de sociabilidade, homossexualidade e amizades na Turma OK. 2012. 163f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

SOUTO MAIOR JR, Paulo R. O jornal Nós Por Exemplo, os homossexuais e a era da Aids: apontamentos introdutórios. In: SOUTO MAIOR JR, Paulo; LEITE, Juçara Luzia (Orgs.). Flexões de Gênero: história, sensibilidades e narrativas. 1. ed., v. 1. Jundiaí: Paco, 2017. p. 213-228.

TAMAGNE, Florence. Mutações homossexuais. In: CORBIN, Alain; COURTINE, Jean Jacques; VIGARELLO, Georges. História da virilidade 3: a virilidade em crise? Séculos XX-XXI. Petrópolis: Vozes, 2013. p. 448.

TREVISAN, João Silvério. Devassos no Paraíso: A homossexualidade no Brasil, da colônia à atualidade. Rio de Janeiro: Record, 2007. p. 369.

TRIÂNGULO ROSA. Boletim Informativo Triângulo Rosa, n. 2. Rio de Janeiro: julho de 1986.

TRIÂNGULO ROSA. Boletim Informativo Triângulo Rosa, n. 7. Rio de Janeiro: julho de 1987. p. 02.

VITIELLO, Gabriel Natal Botelho. A Aids em cena: os primeiros protagonistas da maior epidemia no final do século XX. 2008. 108f. Dissertação (Mestrado em História das Ciências da Saúde) – Casa de Oswaldo Cruz, Fiocruz, Rio de Janeiro.

ZANATTA, Elaine Marques. Documento e Identidade: o movimento homossexual no Brasil na década de 80. Cadernos Arquivo Edgard Leuenroth, Campinas, Unicamp, v. 3, p. 193-220, 1997.

Downloads

Publicado

2023-09-26

Como Citar

SOUTO MAIOR, P. O movimento LGBTQI+ no Brasil e as negociações sobre a visibilidade das homossexualidades na emergência da Aids. História Revista, Goiânia, v. 27, n. 3, p. 98–120, 2023. DOI: 10.5216/hr.v27i3.72122. Disponível em: https://revistas.ufg.br/historia/article/view/72122. Acesso em: 28 abr. 2024.