Itinerário terapêutico de crianças com necessidades especiais de saúde: revisão integrativa

Autores

  • Regiane Bezerra Campos Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil. E-mail: regiane.campos.unioeste@gamil.com.
  • Geisyelli Alderete Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil. E-mail: geisyalderete@hotmail.com. https://orcid.org/0000-0002-1609-8714
  • Rosane Meire Munhak da Silva Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil. E-mail: zanem2010@hotmail.com. https://orcid.org/0000-0003-3355-0132
  • Adriana Zilly Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil. E-mail: aazilly@hotmail.com https://orcid.org/0000-0002-8714-8205

DOI:

https://doi.org/10.5216/ree.v26.77290

Palavras-chave:

Crianças com Deficiência, Saúde da Criança, Itinerário Terapêutico, Atenção à Saúde

Resumo

Objetivo: analisar a produção científica sobre os itinerários terapêuticos estabelecidos para crianças com necessidades especiais de saúde no Sistema Único de Saúde brasileiro. Métodos: revisão integrativa da literatura nas bases de dados MEDLINE, LILACS, CINAHL, SciELO, BDENF, Web of Science, referente ao período de janeiro de 2012 a janeiro de 2024. A questão norteadora e os descritores foram elaborados a partir da estratégia PICo. Os estudos foram exportados para o aplicativo Rayyan QCRI e analisados baseados no Sistema de Cuidados nas dimensões Folclórica, Individual e Profissional. Resultados: foram selecionados nove estudos, nos quais evidenciaramse o protagonismo das famílias/cuidadores de crianças com necessidades especiais de saúde (CRIANES) na construção do itinerário terapêutico, a necessidade de melhorias no sistema de cuidados profissional, o fortalecimento da rede de apoio e suporte dos sistemas de cuidados popular e folclórico. Conclusão: há déficits no alcance dos princípios constitucionais de Direito à saúde, universalidade, equidade e integralidade nas ações voltadas para as crianças com necessidades especiais de saúde, evidenciando uma rede de atenção fragilizada, fragmentada e incipiente.

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Publicado

25/08/2024

Edição

Seção

Artigo de Revisão