Violência autoprovocada em adultos no Espírito Santo entre 2011-2018: análises em relação aos casos notificados

Autores

  • Ranielle de Paula Silva FAESA – Centro Universitário (FAESA), Vitória, Espírito Santo, Brasil. E-mail: raniellepsilva@gmail.com. https://orcid.org/0000-0002-0745-0501
  • Samuel Brambilla Roncete FAESA – Centro Universitário (FAESA), Vitória, Espírito Santo, Brasil. E-mail: samuel.brambilla@aluno.faesa.br. https://orcid.org/0000-0002-6019-8034
  • Talita Lucas de Oliveira Gomes FAESA – Centro Universitário (FAESA), Vitória, Espírito Santo, Brasil. E-mail: talita.lucas@aluno.faesa.br.
  • Karina Fardin Fiorotti Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória, Espírito Santo, Brasil. E-mail: karinafiorotti@gmail.com. https://orcid.org/0000-0001-8461-2984
  • Franciéle Marabotti Costa Leite Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória, Espírito Santo, Brasil. E-mail: francielemarabotti@gmail.com. https://orcid.org/0000-0002-6171-6972

DOI:

https://doi.org/10.5216/ree.v25.73707

Palavras-chave:

Violência, Comportamento Autodestrutivo, Sistemas de Informação em Saúde, Epidemiologia

Resumo

Objetivo: identificar a proporção de violência autoprovocada em adultos em relação aos casos notificados no Espírito Santo no período de 2011-2018 e sua associação com características individuais e do evento. Métodos: estudo transversal, realizado com dados dos casos notificados de violência do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Espírito Santo, entre 2011 e 2018. A população de interesse foi de indivíduos na faixa etária de 20 a 59 anos. O desfecho foi violência autoprovocada. Características individuais e do evento foram as variáveis independentes. Realizou-se análise bivariada e multivariada apresentadas em razão de prevalência bruta e ajustada. Resultados: a proporção de violência autoprovocada notificada foi de 29,6% no período estudado. Considerando o montante de casos de violência notificados, foram verificadas associações de violência autoprovocada com sexo feminino, ter idade 20 a 29 anos, apresentar maior escolaridade, deficiência ou transtorno mental, residência como local de ocorrência, suspeita de uso de álcool e ausência de história de ocorrência anterior. Conclusão: as variáveis relacionadas ao indivíduo e ao ambiente da ocorrência estão associadas a violência autoprovocada, indicando um perfil específico para estes casos de violência em relação ao conjunto das notificações.

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Publicado

16/06/2023

Edição

Seção

Artigo Original