Condições de trabalho e enfermagem: a transversalidade do sofrimento no cotidiano

Autores

  • Soraya Maria de Medeiros Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Laiane Medeiros Ribeiro Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Sandra Bessa de Andrade Fernandes Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Verônica Simone Dutra Veras Universidade Federal do Rio Grande do Norte

DOI:

https://doi.org/10.5216/ree.v8i2.7038

Palavras-chave:

Condições de trabalho, Enfermagem, Jornada de trabalho.

Resumo

Trata-se de um desdobramento de um projeto de dissertação de mestrado, que teve como objetivo analisar o sofrimento dos trabalhadores de enfermagem em função do aumento da jornada de trabalho, do multiemprego e/ou das escalas extras de trabalho e das condições de trabalho no cotidiano desses trabalhadores em um hospital público de Natal/RN. A metodologia foi pautada em um estudo descritivo com abordagem qualitativa. Utilizou-se como técnica de coleta de informações a entrevista individual guiada por um roteiro com questões abertas e semi-estruturadas. O período correspondeu aos meses de julho e agosto de 2003. Na análise dos dados, as entrevistas transcritas foram organizadas de acordo com o grupo a que pertencia, foi realizada uma leitura exaustiva dos textos para o agrupamento de informações com características comuns. Cada unidade de registro foi sendo agrupada de acordo com categorias empíricas que surgiram durante o processo. A análise das informações foi realizada com base em elementos do método dialético. Os resultados encontrados apontam para a existência de um sentimento de vazio e fragilização dos laços afetivos com familiares; conflitos de valores referentes à relação ser/ter; vivência de ansiedade e estresse pelo sentimento de impotência vivenciado no cotidiano de trabalho; o sentimento de aprisionamento e perda dos sonhos decorrente do acúmulo de jornadas de trabalho; reconhecimento da transversalidade do sofrimento sob a ótica de gênero. Conclui-se portanto que o aumento da jornada de trabalho está trazendo aos trabalhadores desgaste físico, emocional e sofrimento no cotidiano somando-se à precariedade das condições de trabalho, gerando insatisfação do trabalhador, comprometendo a assistência prestada, assim como, dificultando as relações interpessoais no âmbito das dimensões públicas e privadas da vida cotidiana.

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Publicado

28/08/2009

Edição

Seção

Artigo Original