Diagnósticos de enfermagem identificados em famílias em situação de acompanhamento hospitalar utilizando o modelo Calgary

Autores

  • Selma Rodrigues Alves Montefusco Universidade Federal de Goiás, Faculdade de Enfermagem

Palavras-chave:

Enfermagem, Família, Diagnóstico de enfermagem, Enfermagem familiar.

Resumo

A família assume significado especial para o bem-estar e a saúde de seus membros, desta forma, os enfermeiros devem considerar a família dos pacientes como parte integrante da unidade de cuidado. Este estudo tem o objetivo de analisar o perfil de diagnósticos de enfermagem identificados junto a famílias em situação de bacompanhamento de pessoas hospitalizadas para tratamento e doenças crônicas não-transmissíveis, utilizando o Modelo Calgary de Avaliação. Estudo descritivo realizado na clínica médica de um hospital escola da região centro-oeste, de janeiro a junho de 2006. Foram incluídas 12 famílias que estavam acompanhando pacientes no período de coleta de dados, que concordaram em participar mediante assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. A pessoa internada e seus familiares foram tomados como unidade participante da pesquisa. Os encontros foram gravados e a entrevistas transcritas. A declaração diagnóstica foi realizada com base na Taxonomia II da North American Nursing Diagnosis Association, versão 2005-2006. Os achados foram discutidos focalizando os títulos diagnósticos, fatores relacionados e características definidoras à luz do Modelo Calgary de Avaliação. Foram encontradas 12 categorias diagnósticas, sendo nove reais e três de risco, totalizando 49 diagnósticos de enfermagem. Não foram detectados diagnósticos de bem-estar. O número de diagnósticos variou de dois a sete, sendo a média de diagnósticos por família foi quatro. Foram identificados por ordem de freqüência com os seguintes diagnósticos: tensão devido ao papel de cuidador (100%), comunicação verbal prejudicada (75%), manutenção do lar prejudicada (66%), processos familiares interrompidos (66%), interação social prejudicada (25%), paternidade prejudicada (16,6%) e risco para interação social prejudicada (16,6%). Com ocorrência menor que 10% foram identificados: enfrentamento familiar incapacitado, paternidade e maternidade prejudicada, risco para infecção e processos familiares disfuncionais: alcoolismo. Embora não esteja incluído na Taxonomia da North American Nursing Diagnosis Association, foi identificado risco para infestação em uma família. Este perfil denota problemas de desenvolvimento e funcionamento das famílias participantes do estudo, sendo alguns deles anterior ao processo de hospitalização e outros agravados ou causados pela situação de internação. Os enfermeiros precisam estar atentos às famílias que estão sob os seus cuidados, cabendo-lhes desenvolver estratégias compartilhadas com toda a equipe multidisciplinar, para evitar que o adoecimento de um familiar leve a maiores abalos na estrutura e funcionamento das famílias. Fazer a avaliação das famílias permite identificar as suas forças e fragilidades, permitindo uma intervenção mais acurada por parte dos profissionais.

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Publicado

01/11/2009

Edição

Seção

Resumo