Vulnerabilidades em saúde para transmissão vertical da sífilis: situação programática de serviços da atenção primária em uma região de saúde no Brasil

Autores

  • Tainá de Jesus Alves Portela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UEVA), Sobral, Ceará, Brasil. E-mail: tainadejesusalves@gmail.com. https://orcid.org/0000-0003-1422-3240
  • Maria Adelane Monteiro da Silva Universidade Estadual Vale do Acaraú (UEVA), Sobral, Ceará, Brasil. E-mail: adelane_monteiro@uvanet.br. https://orcid.org/0000-0001-7579-2645
  • David Gomes Araújo Júnior Universidade Estadual Vale do Acaraú (UEVA), Sobral, Ceará, Brasil. E-mail: david_junior23@hotmail.com.
  • Cibelly Aliny Siqueira Lima Freitas Universidade Estadual Vale do Acaraú (UEVA), Sobral, Ceará, Brasil. E-mail: cibellyaliny@gmail.com. https://orcid.org/0000-0002-0585-5345
  • Verônica de Azevedo Mazza Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Curitiba, Paraná, Brasil. Email: mazzas@ufpr.br. https://orcid.org/0000-0002-1264-7149
  • Raquel Sampaio Florêncio Universidade Estadual do Ceará (UECE), Fortaleza, Ceará, Brasil. E-mail: raquelsampy@hotmail.com.
  • Antonia Ariane Braga Almeida Universidade Estadual Vale do Acaraú (UEVA), Sobral, Ceará, Brasil. E-mail: arianealmeidabraga2210@gmail.com. https://orcid.org/0000-0003-2670-0390

DOI:

https://doi.org/10.5216/ree.v27.77655

Palavras-chave:

Vulnerabilidade em Saúde, Atenção Primária à Saúde, Sífilis Congênita, Transmissão Vertical de Doenças Infecciosas, Educação a distância. Gestão em saúde. Tecnologia da informação.

Resumo

Objetivo: analisar as situações programáticas presentes na Atenção Primária à Saúde em uma região de saúde no Brasil que configuram vulnerabilidades para a sífilis congênita. Métodos: estudo qualitativo realizado entre outubro/2019 e abril/2020, por meio de entrevistas (semiestruturadas) de 12 coordenadores municipais da Atenção Primária à Saúde de uma Região de Saúde do estado do Ceará, Brasil. As informações foram processadas utilizando Análise de Conteúdo e o software webQDA®, amparado no Modelo de Vulnerabilidade em Saúde. Resultados: revelaram-se situações programáticas relacionadas à infraestrutura dos serviços da Atenção Primária à Saúde, à gestão e ao processo de trabalho: insuficiência de recursos humanos capacitados, de materiais e insumos para diagnóstico e tratamento da sífilis em gestantes; fragilidades nas ações educativas e de prevenção da doença; inadequações nas notificações dos casos e na comunicação entre os serviços da rede de atenção; e falta de políticas públicas e programas adequados. Conclusão: situações programáticas nos serviços da Atenção Primária à Saúde que favorecem a transmissão vertical da sífilis incluem precariedade na infraestrutura, fragilidades nos processos de trabalho e na gestão, bem como insuficiência de recursos humanos e financeiros para a prevenção e controle da sífilis gestacional.

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Publicado

09/05/2025

Edição

Seção

Artigo Original