TERRITÓRIOS DE “VIDA” E DE “MORTE”: UM OLHAR SOBRE OS CONFLITOS TERRITORIAIS ASSOCIADOS AO PARQUE NACIONAL DA SERRA DO CIPÓ, MG
DOI:
https://doi.org/10.5216/bgg.v37i3.50770Resumen
O Parque Nacional da Serra do Cipó (PARNASC), localizado na porção meridional da Serra do Espinhaço, região central do Estado de Minas Gerais, foi criado em 1984 sob as justificativas de preservação de espécies endêmicas, proteção da bacia de captação do rio Cipó e de paisagens com grande potencial ao desenvolvimento turístico. Apesar das contribuições inequívocas à conservação da biodiversidade do Espinhaço, tal iniciativa foi norteada por uma lógica unidirecional e unilateral de proteção, responsável por imprimir novos regramentos aos usos (i)materiais então coexistentes na Serra do Cipó, inclusive o impedimento da permanência de moradores em territórios historicamente ocupados. Diante desse contexto, o presente trabalho se volta para uma situação específica de conflito territorial, envolvendo a desterritorialização de uma família de agricultores tradicionais em virtude da implantação do PARNASC. Procurou-se, nessa direção, compreender como se efetivou tal processo, bem como as repercussões nos exercícios de territorialidade dos integrantes dessa família. Ancorado em um viés qualitativo, a presente pesquisa envolveu pesquisa bibliográfica e documental, além de entrevistas com analistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e com membros da família “Miné”. Os resultados indicam que essa família foi expulsa de suas terras, sem direito à defesa e aguardam até hoje a resolução desse conflito.Palavras-chave: Unidades de conservação, parque, conflito territorial, Serra do Cipó.
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