Perda de solos no bioma Cerrado: estudo comparativo entre áreas protegidas e não protegidas por Unidades de Conservação
DOI:
https://doi.org/10.5216/bgg.v43i01.70626Resumo
O Bioma Cerrado Brasileiro, importante região ecológico-econômica com grande produção de commodities, tem, em sua porção norte, a recente fronteira agrícola fora da Amazônia. Nesse contexto, este trabalho analisa as variabilidades espaço-temporais nas taxas de perdas de solo calculadas para bacias hidrográficas que drenam o Parque Nacional das Emas (PNE), e o Parque Nacional de Brasília (BNP), e seus arredores, aplicando a Equação Universal de Perda de Solo Revisada (RUSLE) para os anos 1970, 1985 e 2018. Os resultados indicam que as maiores taxas médias foram calculadas para o entorno do BNP, 10 ton.h-1.a-1, variando de 3,8 a 20,8. Ao contrário, para o ENP as taxas de perda de solo foram 10 vezes menores que as do BNP, onde não foram observadas diferenças significativas, com taxa média de 0,3 ton.h-1.a-1 (variando de 0,1 a 0,5). Os fatores de controle da perda de solo diferiram entre os dois locais, pois para o BNP as mudanças no uso da terra controlaram as variabilidades espaço-temporais, e para o ENP apenas as diferenças morfológicas desempenharam esse papel. As taxas calculadas para o ENP e arredores diferem da tendência geral observada para outras savanas do mundo.