Ouvir o território e pensar por outras (geo)grafias: territorialidades em r-existência à mineração na Amazônia
DOI:
https://doi.org/10.5216/ag.v15i3.70201Resumo
O ideário de desenvolvimento da Amazônia encontrou nos Grandes Projetos de Mineração um mecanismo capaz de suspender toda a diversidade regional, em nome de uma geografia mais “racional”. Este artigo problematiza esse processo, tomando como campo empírico de análise a diversidade territorial do corredor Carajás-Itaqui, para pluralizar os sentidos de um espaço pensado, unicamente, para seguir os tempos financeirizados das commodities. Mais do que analisar as tecnologias políticas de exceção que normalizam os fluxos capitalistas de matéria e energia, tomamos distintas territorialidades em r-existência à mineração em Carajás como imperativo político e epistêmico a demonstrar que os caminhos do ferro na Amazônia, também são caminhos indígenas, quilombolas, camponeses, pescadores. Essas experiências de alteridade, marcadas na expressividade do território-floresta indígena, na territorialização dos sons dos Awá-Guajá, nos territórios do cuidado quilombola, nos territórios de uso comum das quebradeiras de coco babaçu e na territorialidade de pescadores, não são apenas modos de pensar distintos, mas também diferentes modos de sentipensar o espaço, outras ontologias que nos apresentam outro repertório geográfico e político.
Palavras-chave: Ouvir o território, territorialidades em r-existência, (geo)grafias.
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