Triologia da fuga
utopia, memória e futuro nas dramaturgias de Jhonny Salaberg
DOI :
https://doi.org/10.5216/ac.v7i2.70140Résumé
Neste artigo, faço uma análise narrativa, estética e discursiva da Trilogia da Fuga, conjunto de três textos (“Buraquinhos ou o vento é inimigo do picumã”, “Mato Cheio” e “Parto Pavilhão”) do dramaturgo paulistano Jhonny Salaberg. Na Trilogia da Fuga, o autor nos conduz por histórias que trazem personagens negras como centro da cena, retratando poética e politicamente temáticas como o racismo, a violência policial, as desigualdades sociais, o encarceramento em massa, a violência de gênero, o processo sócio-histórico da escravização e suas permanências no presente, bem como as possibilidades de futuro e utopia na busca pela liberdade e mudanças efetivas. Para tanto, estabeleço diálogos entrecruzados com Leda Maria Martins (1995), Eduardo Duarte (2010), Achille Mbembe (2018) e Frantz Fanon (2020), partindo dos conceitos de memória, violência, racismo e necropolítica, percebendo como os textos dramatúrgicos supracitados articulam através da escrita e da composição de imagens tais problemáticas nos mais diferentes contextos e situações dramáticas, recontando histórias e ressignificando dessa forma as (re)existências negras no teatro brasileiro.
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