Performances Negras, Pós-Graduação e Isolamento Social

Caminhos possíveis

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5216/ac.v8i2.74368

Resumo

Após uma experiência exitosa de trocas estabelecidas em sala de aula para compartilhar ensinamentos sobre performances negras, um grupo de docentes se vê diante do desafio de oferecer o componente curricular na modalidade remota, em função da pandemia de Covid-19. O presente artigo sistematiza essa vivência em uma narrativa que tem o objetivo de evidenciar a força das performances negras, ainda que com as limitações técnicas e o reduzido número de pessoas matriculadas. Além de oferecer subsídios para a presença de outros saberes em sala de aula. Os resultados alcançados sinalizam que a experimentação e o cuidado também fazem parte do processo de ensino-aprendizagem na pós-graduação e que a representatividade é essencial para fazer ecoar antirracismo e democracia. Mestres e mestras dos saberes mostraram o quanto é importante manter o cuidado.

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Biografia do Autor

Luciene Dias, Universidade Federal de Goiás - UFG, Goiânia, Goiás, Brasil, luciene_dias@ufg.br

Professora Associada da Universidade Federal de Goiás (UFG), com atuação no Programa de Pós-Graduação em Performances Culturais, da Faculdade de Ciências Sociais (PPGPC/FCS/UFG), e no Programa de Pós-Graduação em Comunicação, da Faculdade de Informação e Comunicação (PPGCOM/FIC/UFG). Pesquisadora Coordenadora do Pindoba - Grupo de Pesquisa em Narrativas da Diferença-UFG. Pesquisadora do Coletivo Rosa Parks-UFG. Estuda relações étnico-raciais, de gênero e de sexualidades, em interface com os estudos de Comunicação, Performances Culturais e Antropologia. Doutora em Antropologia Social pelo Departamento de Antropologia (DAN) da Universidade de Brasília (UnB). Mestra em Ciências do Ambiente pela Universidade Federal do Tocantins (UFT). Especialista em Cultural Studies pela University of Arkansas (EUA). Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Federal de Goiás (UFG).

Renata de Lima Silva (Kabilaewatala), Universidade Federal de Goiás - UFG, Goiânia, Goiás, Brasil, ​​renata_lima_silva@ufg.br

Doutora em Artes (2010) pelo Programa de Pós-Graduação em Artes da Unicamp. Mestre também na Unicamp (2004). É professora do curso de Licenciatura em Dança, do Programa de Pós-Graduação em Performances Culturais e do Programa de Pós-Graduação em Artes da Cena da Universidade Federal de Goiás. Também é artista-pesquisadora e diretora artística do Núcleo Coletivo 22 e capoeirista do Centro de Capoeira Angola Angoleiro Sim Sinhô.

Sebastião Rios, ​​Universidade Federal de Goiás, UFG, Goiânia, Goiás, Brasil, sebastiaorios@ufg.br

Professor da Faculdade de Ciências Sociais e do Programa de Pós-Graduação em Performances Culturais da Universidade Federal de Goiás. Pesquisador associado do Centro de Estudos Africanos da Universidade Eduardo Mondlane (Moçambique) e colaborador do Zentralinstitut für Lateinamerikastudien da Universidade Católica de Eichstätt (Alemanha). Doutor em Sociologia pela UnB / Universidade de Innsbruck, Áustria (1998), mestre em Literatura (1993) e bacharel em História pela UnB (1987). Atua nas áreas de Sociedade e Cultura Brasileira, Literatura Brasileira, Música e Sociedade, Cultura Popular / Patrimônio Imaterial, com vários registros de Folias de Reis e Congados em livros, CDs e vídeos.​

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Publicado

2023-06-20

Como Citar

DE OLIVEIRA DIAS, L.; DE LIMA SILVA (KABILAEWATALA), R.; RIOS CORRÊA JÚNIOR, S. Performances Negras, Pós-Graduação e Isolamento Social: Caminhos possíveis. Arte da Cena (Art on Stage), Goiânia, v. 8, n. 2, p. 210–246, 2023. DOI: 10.5216/ac.v8i2.74368. Disponível em: https://revistas.ufg.br/artce/article/view/74368. Acesso em: 13 maio. 2024.