CLASSIFICAÇÃO, POSIÇÃO E TENDÊNCIA EM FILOSOFIA

Autores

  • Yves Vargas Fondation Gabriel Péri

DOI:

https://doi.org/10.5216/phi.v12i1.3682

Palavras-chave:

Classificação, posição, tendência

Resumo

O pensamento filosófico não é história das “idéias”. Em filosofia, não se trata de oferecer representações prontas (“idéias”), mas de forjar ferramentas para trabalhar e responder às dificuldades que se apresentam: nas ciências, na sociedade, na cultura (nela compreendida a própria filosofia). Isso porque uma filosofia é relativa a uma paisagem, no seio da qual ela toma posição, na qual ela se orienta, ou seja ela se esforça por tomar tal direção antes que outra, é isso que eu chamo “tendência”. Uma filosofia pode, então, tomar uma tendência que parece oposta às idéias que ela propõe. Por exemplo, Berkeley sustenta idéias realistas (primazia das sensações) e as inscreve em uma tendência espiritualista (inexistência do real reduzido às representações). Outro exemplo, Kant afirma a excelência da democracia (a razão comanda uma política desejada pelo povo), mas ele a inscreve em uma tendência aristocrática (não é o povo real que faz a política). O caso de Jean-Jacques Rousseau é exemplar: ele ataca os “materialistas” e os “ateus”, afirma a liberdade de espírito e a existência de Deus, mas seu espiritualismo se inscreve em uma lógica radicalmente materialista. É esta dificuldade que torna a leitura de sua obra complexa e o que explica que alguns o fazem um kantiano, outros um hegeliano, outros um hursseliano, etc.

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Biografia do Autor

Yves Vargas, Fondation Gabriel Péri

Pesquisador do Group d'Études du Materialime Rationnel; editeur de la Collection temps de cerises

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Publicado

31-12-2008

Como Citar

VARGAS, Y. CLASSIFICAÇÃO, POSIÇÃO E TENDÊNCIA EM FILOSOFIA. Philósophos - Revista de Filosofia, Goiânia, v. 12, n. 1, 2008. DOI: 10.5216/phi.v12i1.3682. Disponível em: https://revistas.ufg.br/philosophos/article/view/3682. Acesso em: 2 dez. 2024.