A noção escolástica de cosmo: uma breve reflexão sobre Sacrobosco, Alberto Magno, Boaventura e Christine de Pizan
DOI:
https://doi.org/10.5216/phi.v27i1.71873Resumo
O presente estudo investiga a seguinte questão: a natureza definida por Aristóteles na Física e no De caelo como princípio intrínseco e causa de movimento, especialmente da locomoção, de fato, é o princípio e a causa da locomoção cósmica, para Alberto Magno, Boaventura de Bagnoregio e Christine de Pizan? A hipótese estabelecida aqui sustenta uma resposta negativa. Para tanto, primeiro contextualizarei brevemente o surgimento da cosmologia universitária parisiense, o que é feito mediante a articulação entre as noções de machina mundi e impetus realizada por João de Sacrobosco. Com efeito, ao explicar a perene locomoção da máquina cósmica, Sacrobosco silencia no que toca à natureza do impetus. Alberto, Boaventura e Christine, por sua vez, entendem que a causalidade da natureza está limitada às esferas e às classes naturais determinadas, ou seja, no domínio do todo, do cosmo, a causa motus se reduz à causa essendi, o creator, que é a divindade, razão pela qual o impetus que locomove a máquina cósmica não parece ser natural. Assim sendo, a questão que surge na cosmologia ou física se estende para a metafísica e para a teologia natural, tonando a discussão complexa o suficiente para despertar interesse filosófico.
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