Sonho, sublimação e transfiguração

em torno da relação entre inconsciente e arte no Nascimento da tragédia de Nietzsche

Autores

  • William Mattioli Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil, william.mattioli@gmail.com

DOI:

https://doi.org/10.5216/phi.v25i2.64431

Resumo

Neste artigo, pretendo desenvolver algumas ideias em torno da relação entre as noções de sonho, sublimação e transfiguração no pensamento do jovem Nietzsche, mais especificamente, no âmbito da metafísica de artista elaborada por ele no Nascimento da tragédia. As reflexões que se seguem desdobram-se à luz do que considero ser a “teoria” do inconsciente presente neste momento de sua obra. Mesmo que o termo “sublimação” não ocorra nos textos do período, acredito que seu sentido esteja presente em diversas formulações do autor acerca do processo mediante o qual o sofrimento e os impulsos violentos e destrutivos (representados pelo princípio pulsional dionisíaco) são refreados, deslocados, transformados e como que reintegrados em torno de uma imagem consolatória capaz de amenizar o sofrimento e harmonizar as forças em atividade no indivíduo e na cultura (o que seria resultado da ação do princípio apolíneo). Minha hipótese central é que Nietzsche enxerga, na produção inconsciente do sonho, o exemplo emblemático do processo de sublimação, enquanto evento psicológico, e que este funciona como paradigma para a formulação do importante conceito de transfiguração, que assume então uma função propriamente metafísica, no interior da proposta ética de justificação estética da existência.

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Publicado

12-08-2021

Como Citar

MATTIOLI, W. Sonho, sublimação e transfiguração: em torno da relação entre inconsciente e arte no Nascimento da tragédia de Nietzsche. Philósophos - Revista de Filosofia, Goiânia, v. 25, n. 2, 2021. DOI: 10.5216/phi.v25i2.64431. Disponível em: https://revistas.ufg.br/philosophos/article/view/64431. Acesso em: 7 nov. 2024.