CLASSIFICAÇÃO, POSIÇÃO E TENDÊNCIA EM FILOSOFIA
DOI:
https://doi.org/10.5216/phi.v12i1.3682Palavras-chave:
Classificação, posição, tendênciaResumo
O pensamento filosófico não é história das “idéias”. Em filosofia, não se trata de oferecer representações prontas (“idéias”), mas de forjar ferramentas para trabalhar e responder às dificuldades que se apresentam: nas ciências, na sociedade, na cultura (nela compreendida a própria filosofia). Isso porque uma filosofia é relativa a uma paisagem, no seio da qual ela toma posição, na qual ela se orienta, ou seja ela se esforça por tomar tal direção antes que outra, é isso que eu chamo “tendência”. Uma filosofia pode, então, tomar uma tendência que parece oposta às idéias que ela propõe. Por exemplo, Berkeley sustenta idéias realistas (primazia das sensações) e as inscreve em uma tendência espiritualista (inexistência do real reduzido às representações). Outro exemplo, Kant afirma a excelência da democracia (a razão comanda uma política desejada pelo povo), mas ele a inscreve em uma tendência aristocrática (não é o povo real que faz a política). O caso de Jean-Jacques Rousseau é exemplar: ele ataca os “materialistas” e os “ateus”, afirma a liberdade de espírito e a existência de Deus, mas seu espiritualismo se inscreve em uma lógica radicalmente materialista. É esta dificuldade que torna a leitura de sua obra complexa e o que explica que alguns o fazem um kantiano, outros um hegeliano, outros um hursseliano, etc.
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1. Proposta de Política para Periódicos de Acesso Livre
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