DISPONIBILIDADE DE ENXOFRE EM SOLOS BRASILEIROS: AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE FORNECIMENTO DE ENXOFRE NATIVO PARA AS PLANTAS

Resumo

Conduziu-se em laboratório um experimento de incubação aberta com solos dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás na ausência e presença de calagem em colunas com 50g de terra e umidade estabilizada a 60cm de Hg. Submeteram-se os solos à lixiviação com KCl 0,01M em intervalos de duas semanas durante um período de 14 semanas. Um segundo experimento, conduzido em casa de vegetação, com dois cultivos sucessivos, teve o milho (Zea mays L.) como planta-teste. Usou-se, em ambos, um delineamento fatorial completo, com 12 solos e 3 doses de enxofre (0, 20 e 40 ppm de S). Os teores de enxofre total, carbono e potenciais de mineralização de enxofre dos solos foram correlacionados com o enxofre absorvido pela parte aérea do milho. O enxofre total dos solos não apresentou correlação significativa com a absorção de enxofre (r=0,234 n.s.). A percentagem de carbono dos solos correlacionou-se significativamente com a absorção de enxofre pelo milho na presença de calagem (r=0,754, n=36), sendo mais baixa na sua ausência (r=0,457, n=36). Os potenciais de mineralização de enxofre correlacionaram-se significativamente com a absorção de enxofre na presença de calagem (r=0,797, n=21), sendo não significativa na sua ausência (r=0,373 n.s.). Na análise conjunta (sem e com calagem) a correlação também foi altamente significativa (r=0,753, n=42). As melhores correlações dos teores de carbono dos solos e de seus potenciais de mineralização de enxofre na presença de calagem devem-se à mineralização do enxofre orgânico e à dessorção do S-SO₄= inorgânico.

PALAVRAS-CHAVE:: Carbono; enxofre; absorção de enxofre; potenciais de mineralização de enxofre.