DISPONIBILIDADE DE ENXOFRE EM SOLOS BRASILEIROS: RESPOSTA À ADUBAÇÃO SULFATADA NA PRESENÇA E AUSÊNCIA DE CALAGEM
Resumo
Conduziu-se um experimento em casa de vegetação com amostras superficiais de 12 solos, provenientes dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás (Brasil), com teores de carbono variando entre 0,5 e 3,03%, de enxofre total entre 0,0104 e 0,319% e de argila entre 8 e 60%. Os solos foram submetidos a dois cultivos sucessivos com milho (Zea mays L.), com os tratamentos: 12 solos, 3 doses de gesso (0, 20 e 40 ppm de S), previamente incubados na ausência e presença de calagem. A produção de matéria seca da parte aérea de milho não apresentou diferenças significativas em função dos cultivos. A absorção de enxofre, ao contrário, foi significativamente mais baixa no segundo, indicando esgotamento do enxofre nativo e aplicado aos solos. As quantidades de enxofre absorvidas no segundo cultivo foram sistematicamente menores em todos os solos estudados. Os solos arenosos têm menores potenciais de fornecimento para as plantas, devido às reservas efetivamente baixas do nutriente. Os solos argilosos, principalmente os de vegetação de cerrados e com teores mais elevados de carbono, possuem potenciais maiores de produção de matéria seca e absorção de enxofre, desde que seja neutralizada a acidez. A calagem, além de neutralizar a acidez e fornecer cálcio e magnésio como nutrientes, mostrou interação positiva com a adubação sulfatada, mas em compensação teve efeito sinérgico no esgotamento do enxofre nativo dos solos. As doses de enxofre que maximizaram a produção de matéria seca e absorção de enxofre variaram de 20 a 70 ppm de S dentro do universo de solos estudados.
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